Criar estratégias para obter uma lavoura saudável e que proporcione alto rendimento é essencial para todo sojicultor. Entre as principais ações a serem aplicadas está o MIP, manejo integrado de pragas, ferramenta que contribui para sustentabilidade ambiental e econômica
De acordo com a Embrapa, a aplicação das técnicas do MIP contribui para a diminuição do uso de defensivos agrícolas, produtos que geram desequilíbrio no ambiente se usados em excesso e sem metodologia. E o que seria uma solução momentânea pode atrapalhar a longevidade da produção da fazenda.
Quer saber mais sobre o MIP? Então, continue a leitura para compreender o quanto o conjunto de ações influencia na cultura da soja, assim como seus benefícios e as etapas que o produtor deve seguir!
Qual a importância do controle integrado de pragas?
Realizar ações integradas para monitorar e controlar as pragas assegura a produtividade e a sustentabilidade da lavoura. O MIP utiliza diferentes estratégias que levam em consideração os estágios de desenvolvimento da plantação, a densidade populacional, a presença de inimigos naturais e a capacidade de tolerar danos.
O controle proporciona sustentabilidade econômica, pois permite reduzir o uso de inseticidas, o que evita gastos desnecessários e reduz os impactos ambientais.
Estratégias de controle biológico e cultural podem ser mais acessíveis e gerar resultados mais satisfatórios na redução de pragas. Ao minimizarmos o uso de produtos químicos, reduzimos a probabilidade de desenvolver resistência aos defensivos.
O manejo integrado de pragas também é importante para a preservação ambiental, uma vez que busca minimizar a contaminação de solos e bacias hídricas, preservando a biodiversidade local. Além disso, é eficiente para identificar o estágio da cultura que está sendo atacada, de forma a preservar a qualidade e a produtividade, evitando perdas na produção e na qualidade dos grãos.
Quais são as vantagens do manejo integrado de pragas e doenças?
O manejo integrado de pragas traz benefícios ao sojicultor por:
- Reduzir o uso de defensivos químicos: medida mais viável economicamente e melhor para a saúde humana e ambiental.
- Controlar pragas de forma eficiente: sempre auxiliando na prevenção, sem causar danos ao rendimento.
- Preservar inimigos naturais: organismos auxiliares, como predadores e parasitas, podem contribuir via controle biológico.
A efetividade do MIP depende de monitoramento constante e preciso das pragas e doenças na lavoura. A implementação adequada das práticas requer conhecimento técnico e experiência, para a obtenção dos melhores resultados.
O monitoramento da lavoura é parte essencial do MIP.
Quais são as etapas do manejo integrado de pragas?
O MIP traz uma abordagem sustentável e eficaz para o controle de pragas na agricultura. Suas etapas contam com sistema de tomada de decisão baseado em informações sobre os níveis de infestação, danos causados e impactos ambientais.
Assim, busca integrar diferentes estratégias de controle, levando em consideração o equilíbrio ecológico. Veja o que fazer em cada etapa!
Avaliação do agroecossistema
Esta etapa envolve a análise e compreensão das características do ecossistema agrícola, incluindo a presença e o comportamento das pragas, seu impacto potencial na produção de culturas e as interações com o ambiente.
Na avaliação, os agricultores podem identificar vulnerabilidades potenciais e determinar as estratégias adequadas de manejo.
Monitoramento
Para realizar o monitoramento, estabeleça um plano. A definição da estratégia inclui a frequência e os métodos de coleta de dados. Normalmente, realiza-se durante toda a safra, do pré-plantio à colheita.
Depois, escolha as áreas dos talhões para monitorar. Considere os estágios de crescimento da planta, o histórico de problemas com pragas e possíveis pontos de entrada.
Outra estratégia pode estar no uso de armadilhas, sejam adesivas ou luminosas, para capturar insetos voadores que possam indicar a presença de pragas no local.
É importante realizar inspeções visuais em campo, conferindo as condições de folhas, caules e vagens. Observe se há presença de ovos, lagartas, percevejos ou se há algo de diferente na estrutura que demonstra que a planta pode estar doente ou sob ataque.
Caso tenha encontrado algo suspeito, faça coleta de amostras para auxiliar na identificação.
Identificação de pragas
A partir da obtenção de amostras de plantas, insetos, ovos ou outras provas, é o momento de utilizar recursos de identificação. Consulte especialistas da área para auxiliar nesse processo. É a partir do reconhecimento que será realizado o próximo passo.
Além disso, mantenha registros detalhados de todas informações coletadas, como:
- Data
- Localização
- Praga
- Nível de infestação
- Danos observados
Vale citar que os tipos de pragas podem variar conforme a região. Por isso, é importante conhecer os inimigos da soja mais comuns da sua área e se atualizar sobre as estratégias de monitoramento e identificação específicas para controlar corretamente.
Após o monitoramento e a coleta de amostras, é fundamental identificar as pragas para tomar a melhor decisão.
Tomada de decisão
Com base na avaliação do agroecossistema, os agricultores e profissionais devem tomar decisões informadas sobre as medidas de controle de pragas. Isso envolve a consideração de fatores, como impactos ecológicos, econômicos, riscos e benefícios potenciais de diferentes métodos de manejo.
O objetivo é selecionar as estratégias mais eficazes e sustentáveis para o controle. Por isso, comece avaliando os dados registrados na etapa inicial, considerando condições ambientais e fatores que influenciam o desenvolvimento das pragas.
De acordo com o alvo e o nível de infestação, defina o quanto e onde deve haver intervenção via controle. Vale dizer que o estágio de desenvolvimento da cultura da soja pode ser crucial para o momento.
Na sequência, a decisão gira em torno do método de controle. Qual vai ser mais efetivo?
- Controle cultural
- Controle biológico
- Controle químico
- Controle genético
O sojicultor deve dar atenção aos impactos ambientais, econômicos e sociais de cada tipo de manejo, além de custos associados e a viabilidade em relação aos recursos disponíveis.
Seleção dos métodos de controle
Uma vez tomada a decisão, a etapa final é a implementação dos métodos de controle. Isso pode envolver a combinação de diferentes abordagens. A seleção dos métodos de controle deve ser baseada nas necessidades e nas condições específicas do agroecossistema, visando a eliminação eficaz das pragas ao mesmo tempo em que são minimizados os impactos negativos na saúde humana, no ambiente e na economia.
Confira, na sequência, detalhes sobre cada tipo de controle!
Controle biológico
Consiste em usar inimigos naturais das pragas para controlá-las. Pode ser realizado por meio da conservação ou liberação de predadores, parasitas e organismos antagonistas. Inclusive, é importante atentar-se aos inseticidas utilizados para que preservem a vida desses aliados da lavoura.
Controle cultural
O controle das culturas se refere às práticas agronômicas que reduzem a disponibilidade de hospedeiros ou criam condições desfavoráveis para o desenvolvimento das pragas. Alguns exemplos incluem rotação de culturas, plantio em épocas adequadas e manejo de restos culturais.
A rotação é uma das práticas agrícolas essenciais ao controle de culturas.
Controle químico
Realizar o controle químico significa utilizar pesticidas quando outras estratégias não são suficientes para controlar as pragas, sejam insetos, fungos, ácaros, nematoides ou plantas daninhas. É importante considerar as recomendações técnicas, rotacionar grupos químicos e usar produtos seletivos e de menor impacto ambiental.
Controle genético
Já o controle genético consiste no uso de cultivares de soja resistentes a pragas. Essas plantas possuem características específicas que as tornam menos suscetíveis aos danos causados por insetos nocivos.
Realizar o manejo integrado de pragas é fundamental para toda lavoura e não deve ser menosprezado. Além dos benefícios econômicos, adotar uma metodologia específica de controle, com tomada de decisões mais assertivas, promove mais saúde ao solo e sustentabilidade ambiental, fator que influencia na obtenção de safras mais produtivas.
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