O percevejo na soja é uma das maiores preocupações de qualquer produtor. Se não controlar, há risco de acabar com todo trabalho feito. Não planejar o manejo representa prejuízo.
Vale a pena dizer que a praga afeta lavouras que foram semeadas em momentos diferentes das vizinhas, ou muito cedo ou muito tarde. Isso porque o inseto ataca na fase reprodutiva. Onde tem grão, é lá que os percevejos vão estar.
Há uma série de questões importantes para lidar quanto ao inseto. Por isso, continue a leitura e entenda quais os danos ele causa e como realizar o controle de maneira correta!
Os percevejos podem causar danos severos na cultura da soja. O estrago pode ser direto ou indireto e tudo depende do período. Confira como o ataque ocorre em cada época!
Até a maturação
Da fase vegetativa à maturação, o percevejo afeta a qualidade das sementes, além do rendimento. O sugador consegue reduzir o potencial germinativo e de vigor.
Fase reprodutiva
A época mais crítica e que precisa da atenção do sojicultor é a reprodutiva. Como os percevejos atacam as vagens, os insetos podem comprometer todo o resultado da safra.
Há perda de produtividade por conta do abortamento dos grãos, que perdem massa e teor de óleo.
Os danos na lavoura podem ser severos entre R5.1 até R6 período, já que é o momento do aumento da população de percevejos. Porém, há métodos de controle disponíveis, que vão ser abordados na sequência.
Pós-colheita
Depois que os grãos são colhidos, os percevejos saem do talhão e vão em busca de outra área de soja em desenvolvimento para se alimentarem. É por isso que eles atacam lavouras vizinhas adiantadas ou atrasadas.
Percevejo na soja e danos são sinônimos, por isso é preciso realizar monitoramento e controle.
E quais os danos do percevejo-marrom?
O percevejo-marrom da soja (Euschistus heros) é uma das pragas mais preocupantes, pois seus ataques podem durar mais de 300 dias. Muito tempo, né?
O inseto afeta ramos, hastes e vagens em formação. Além disso, o percevejo-marrom pode atacar a lavoura de forma indireta ao transmitir doenças causadas por fungos, como a conhecida “soja louca”.
Doente, o grão apresenta algumas características, como ficar “chocho”, menor e enrugado. As folhas, no fim do ciclo, ficam verdes. Há aumento de umidade, afetando totalmente a colheita. Por isso, o controle dessa praga é crucial.
Você certamente já deve ter se perguntado: como acabar com esses percevejos na soja? Há dois caminhos para seguir: o químico e o biológico.
É importante ressaltar que eles são realizados em parceria. O objetivo é o controle de percevejo, então, todos os planos são importantes para uma safra produtiva.
Saiba como realizar o manejo adequado dos percevejos!
Controle biológico
O controle biológico de percevejos na soja está relacionado ao Manejo Integrado de Pragas (MIP). Ele é uma das táticas incluídas na estratégia, relacionada ao combate geral.
O Embrapa Soja disponibiliza uma cartilha de recomendações de como realizar essa prática de forma adequada na lavoura. A eficiência do controle biológico implica no menor uso de inseticidas, tornando- se uma prática mais sustentável.
Os agentes biológicos fazem seu trabalho de duas maneiras diferentes. Confira o processo!
Parasitas de ovos
Trissolcus basalis e Telenomus podisi são vespas parasitas que reduzem a população de percevejos na lavoura. Mas como o inseto faz isso?
As fêmeas parasitam os ovos do hospedeiro. Ou seja, ao invés de nascerem percevejos, as vespas é que se desenvolvem entre 10 e 12 dias, limitando a quantidade de pragas.
Como o sojicultor pode conferir o processo? Pela cor dos ovos. Inicialmente, ela é esbranquiçada, passa para uma tonalidade cinza, depois castanha, até ficar completamente preta e eclodir uma nova vespa.
A recomendação da Embrapa é que se coloque uma cartela de papelão com ovos de parasitas na parte mediana da planta, um ou dois dias antes da emergência.
Ao emergir, a fêmea busca os ovos dos percevejos e faz seu trabalho. Em média, cada vespa parasita 200 novos insetos. Esse tipo de técnica é útil para tais espécies de percevejo:
Percevejo-verde (Nezara viridula)
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)
Percevejo-de-ombros-vermelhos (Thyanta perditor)
Percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus)
Ataque aos percevejos
Uma técnica de controle biológico de percevejos adultos é a da utilização de parasitas que atacam e os matam, evitando a reprodução natural da praga.
O parasita Hexacladia smithii combate o percevejo-marrom (E. heros), enquanto a mosca Trichopoda nitens enfrenta o verde (N. viridula).
Percevejo-marrom é uma das pragas com maior potencial de destruição da lavoura de soja.
Controle químico
O uso de defensivos agrícolas contra os sugadores deve levar em consideração o controle biológico. O insumo aplicado na lavoura não pode afetar a população de parasitas combatentes, por isso o uso deve ser racional.
Como o percevejo ataca a vagem da planta, a aplicação deve ser planejada. Recomenda-se que a pulverização tenha uma vasta cobertura de gotas nos três terços do dossel. Mas, principalmente, na parte média.
Como e quando controlar os percevejos na soja?
O controle está diretamente relacionado ao monitoramento de percevejo na soja. A técnica utilizada para esta finalidade é o pano-de-batida.
A metodologia é simples, de baixo custo e funcional. Além de identificá-los, revela a presença de plantas daninhas, infestação de doenças e problemas estruturais na soja.
O material é composto por um tecido conectado a dois pedaços de madeira. O agrônomo deve realizar os seguintes passos:
Escolha uma planta para o monitoramento.
Posicione a madeira no chão e estique o pano ao máximo.
Chacoalhe a planta sobre o pano.
Anote o que você encontrou.
Realize o mesmo processo em outros pontos da lavoura.
Analise a população presente no talhão.
O controle químico passa a ser recomendado contra o percevejo-marrom quando, na média:
Encontram-se dois percevejos por pano-de-batida em lavouras de grãos.
Identifica-se um percevejo por pano-de-batida em lavoura para produção de sementes.
Recomenda-se realizar o monitoramento a partir do estágio V4 de desenvolvimento das plantas. Ele pode ser feito de acordo com a necessidade da safra. Assista ao webinar da Brasmax sobre percevejo para saber mais detalhes do controle!
Manejo correto
De acordo com o estudo da Embrapa sobre inseticidas no combate a percevejos-marrons, a coexistência dos controles químicos e biológicos é importante. Existem uma série de práticas que devem ser consideradas pelos sojicultores, tais como
Escolha do defensivo agrícola correto.
Estudo de qual tecnologia mais adequada para a lavoura.
Seletividade do inseticida pensando nos agentes de controle biológico.
Resistência dos percevejos aos insumos.
Tolerância da cultivar ao defensivo.
Fatores climáticos no momento de aplicação.
Aplicação do controle biológico natural.
Implementar boas práticas de controle de percevejo na soja é crucial para a manutenção da plantação. Para além de resolver a questão, é fundamental pensar como as técnicas auxiliam ou atrapalham o rendimento da colheita.
Está fazendo o manejo da lavoura e quer saber como se livrar das pragas da soja? Então, clique na imagem e acesse nosso guia para lidar com lagartas, percevejos e outros insetos!
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