É comum a ocorrência de doenças de solo na soja, por isso é fundamental realizar prevenção. O manejo correto é vital na busca pelo máximo rendimento.
Escolher cultivares resistentes, realizar a pulverização de maneira adequada e planejar a rotação de culturas são alguns dos cuidados que devem ser tomados.
Continue a leitura e saiba quais são as doenças de solo na soja, suas causas, como realizar o manejo e como preveni-las!
O que são doenças de solo na cultura da soja?
As doenças de solo são aquelas causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus presentes no ambiente terrestre. Eles podem estar ali por conta de culturas antigas e causam perdas totais ou parciais no rendimento da soja.
A infecção pode ser causada por conta da temperatura e umidade do ambiente, condições físico-químicas do solo para plantio, cultivares suscetíveis ao patógeno, entre outros fatores, ao passo que afetam raízes, hastes e folhas das plantas.
Quais são as principais doenças de solo na soja e como fazer o manejo?
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) produz diversos materiais de apoio ao produtor rural para ajudá-lo no manejo correto da lavoura.
Entre eles está a 5ª edição do Manual de Identificação de Doenças de Soja, em que apresenta as enfermidades causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides.
Confira na sequência uma lista com as principais doenças de solo na soja, como identificá-las, realizar o manejo e preveni-las!
Podridão radicular e tombamento [Pythium spp.]
O Pythium spp é um fungo que pode afetar as raízes da planta de soja, causando sua podridão e, consequentemente, o tombamento.
A identificação é feita por meio das raízes, que apresentam lesões na cor marrom (claro a escuro). O reconhecimento em campo é difícil, visto que além do patógeno causador do tombamento, outras doenças oportunistas infectam a planta, gerando novos sintomas.
Desta forma, a identificação correta ocorre em laboratórios, com análise do material vegetal. Alguns produtos biológicos amenizam a situação, mas os controles mais eficientes se dão pela rotação de culturas e manejo físico do solo.
Podridão vermelha da raiz [Fusarium brasiliense, F. tucumaniae, F. crassistipitatum]
De acordo com o material de identificação das doenças de soja da Embrapa, no Brasil foram relatadas essas três espécies de fungos responsáveis pela podridão vermelha da raiz.
Um dos primeiros sintomas para identificação da doença é a vermelhidão a dois centímetros abaixo da terra na raiz principal. A haste fica na cor castanho-claro e aparecem manchas foliares amarelas prematuramente. A característica é conhecida como folha carijó.
A podridão vermelha da raiz aparece em solos mal drenados, numa temperatura média no ambiente de 22ºC a 24ºC, no estágio inicial de florescimento. Ela pode ser prevenida pela semeadura em solo descompactado.
A descompactação do solo permite bom desenvolvimento das raízes e infiltração de água.
Podridão radicular de Phytophthora [Phytophthora sojae]
A podridão da raiz por meio do fungo Phytophthora sojae pode ser identificada em qualquer parte do desenvolvimento da cultura da soja.
Ela pode aparecer logo na semeadura, com cultivares infectadas, culminando numa germinação lenta e que apodrecem logo na fase de hipocótilos, ficando com a coloração marrom.
Já na fase adulta, os primeiros sintomas são identificados com as folhas amareladas e as plantas murchas. Ocorre o apodrecimento da haste e dos ramos laterais, que ficam na coloração marrom-escuro.
O fungo se desenvolve num ambiente com alta umidade do solo e temperatura média de 25ºC. É importante utilizar cultivares resistentes, ter um local drenado e realizar rotação de culturas, uma vez que o patógeno pode permanecer no solo por muitos anos por causa de plantações anteriores.
Vale ressaltar que existem diversas raças do fungo Phytophtora e que as cultivares resistentes podem ser resistentes apenas às principais.
Tombamento de pré e pós-emergência [Rhizoctonia solani]
O fungo Rhizoctonia solani ataca a cultura da soja na fase de pré-emergência e de 30 a 35 dias após a fase de emergência, em ambiente de alta umidade e temperatura.
Na fase de plântula, a haste é estrangulada no nível do solo, causando o tombamento ou permitindo uma sobrevida temporária. Já no florescimento ocorre a podridão aquosa. O caule fica na cor castanha e a raiz em um tom mais escuro.
Uma das características dessa doença é a morte em grupo, chamada de reboleira, após a floração. Em épocas chuvosas, o fungo se favorece de temperaturas amenas.
O controle pode ser feito com fungicida na fase de emergência. A rotação de culturas com gramíneas e a descompactação do solo fazem parte da prevenção.
A aplicação de fungicidas pode ser um dos manejos dependendo da doença da soja.
Podridão cinza da haste e da raiz [Macrophomina phaseolina]
Pelo fato do fungo ser encontrado no solo, a doença pode ocorrer desde o início da germinação. As raízes infectadas apresentam escurecimento, já as folhas demonstram manchas amareladas e, na sequência, secam e ficam marrons.
Nessa etapa, a haste e a raiz ficam cinzas, caracterizando a doença. O controle pode ser feito com manejo físico, além da cobertura do solo com restos de cultura.
A doença pode ser prevenida ao fazer escarificação, para que as raízes possam se desenvolver naturalmente.
Mancha parda [Septoria glycines]
O fungo se desenvolve devido a restos de cultura na lavoura, em ambientes de alta umidade e temperatura, com dispersão por meio do vento ou da água.
Os primeiros sintomas podem ser identificados duas semanas após o período de emergência com pequenas manchas castanho-avermelhadas nas folhas unifolioladas. Se atingir os primeiros trifólios, pode acarretar na desfolha da cultura.
Na folha, aparecem pontos (de um milímetro) que evoluem para manchas pardas (até quatro vezes maiores), com halos amarelados.
De acordo com a Embrapa, o melhor controle é a rotação de culturas, além da melhoria físico-química do solo. Em época de chuva, o fungicida pode ser a solução.
Quais os prejuízos das doenças de solo na soja para a lavoura?
Primeiramente, é fundamental que o produtor rural realize planejamento e gestão adequados à lavoura.
Saber o quê, quando e como aplicar cada ação visualizada previamente, além de tomar decisões com base em informações históricas da lavoura são fundamentais para o manejo.
Desta maneira, as doenças de solo na soja representam perdas financeiras no momento da colheita, pois mesmo que a safra seja atingida apenas parcialmente, em reboleiras. O máximo rendimento da lavoura terá sido comprometido.
Uma safra saudável é sinônimo de produtividade. Prevenir é a melhor forma de evitar a evolução dos patógenos, assim como escolher a cultivar ideal para seu campo, realizar os procedimentos de preparação do solo, rotacionar culturas e fazer o manejo adequado. Todas essas ações ajudam a evitar problemas inesperados.
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2 Comentários
Bom dia
Eu gostaria de saber, ce a Brasmax tem alguma variedade de soja com resistência a Phytophthora?
Tenho um talhão plantado a variedade Extrema, que apresentou várias reboleiras da doença.
Lembrando que minha lavoura está sendo conduzida no Mato Grosso, região do Vale do Araguaia.
Gostaria que entrassem em contato comigo para me ajudarem.
Atenciosamente
Elton Kikuti Capel.
Obrigado
Olá, tudo bem?
Você poderia enviar sua dúvida para o e-mail: contato@brasmaxgenetica.com.br, por favor?
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