A presença de ácaro na soja representa um alerta que todo produtor de soja deve ter durante o crescimento da lavoura. Embora ataquem principalmente as folhas, cada espécie gera danos em partes distintas da planta.
Continue a leitura para entender mais sobre a praga, em quais situações ela se dissemina, como identificá-la e como realizar o controle adequado.
O que são ácaros na soja?
Ácaros são pequenos aracnídeos, considerados pragas secundárias, que podem atacar as folhas das plantas. As principais espécies identificadas na soja são os ácaros rajado, verde, vermelho e branco.
Os ácaros precisam de condições ambientais propícias para se espalharem pela plantação, e quando isso acontece, o aumento da população é veloz. O principal dano que causam nas plantas é a redução da eficiência fotossintética. Dependendo do nível de ataque, antecipam o amadurecimento e a queda das folhas, reduzindo a produtividade em casos extremos.
Quando ocorre a presença de ácaros na soja?
A presença dos ácaros na soja geralmente ocorre em períodos úmidos e quentes, condições que aceleram o ciclo de vida da praga, que pode variar de cinco a oito dias — do ovo até a fase adulta —, dependendo da temperatura.
Esse ambiente propicia o rápido aumento da população de ácaros, tornando-os uma ameaça significativa para a lavoura de soja.
Como identificar os sintomas de ácaro na soja?
Aprenda, a seguir, a identificar cada espécie logo nas fases iniciais de desenvolvimento e descubra como elas atacam as plantas!
Ácaro-verde (Mononychellus planki)
De acordo com o Manual de identificação de insetos e outros invertebrados da cultura da soja, produzido pela Embrapa, é a espécie mais frequente nas lavouras brasileiras, mas é a menos agressiva, pois dissemina-se em baixas populações.
Aumentos podem ocorrer em épocas de seca e pelo uso de determinados fungicidas e inseticidas oides, em pulverização na fase vegetativa.
A espécie possui três fases ninfais verde-claras, começando com seis pernas e passando para oito na segunda parte do desenvolvimento.
Os adultos são verdes, têm as quatro patas da frente amareladas e contam com setas nas costas; a fêmea é maior que o macho. Os ovos são esbranquiçados e depositados nas folhas via teia, principalmente próximo às nervuras.
O ataque às folhas é caracterizado por pontuações cinza-claras na face inferior, distribuindo-se por toda extensão ao longo do tempo.
Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
O ácaro-rajado é outra espécie comum no Brasil, aparece menos que a verde, mas é mais agressiva. De acordo com a Embrapa, é sensível a chuvas, doenças e predadores. Também se dissemina na seca e pelo uso de fungicidas e inseticidas piretroides pulverizados na fase vegetativa.
As ninfas se assemelham ao ácaro-verde, mas possuem duas manchas escuras além da coloração verde. Os adultos permanecem com as marcações que são mais escuras, principalmente nas fêmeas. As setas dorsais nos machos são mais longas e finas.
Os ovos se caracterizam por serem brilhantes e, em todas as fases, a espécie vive em colônia sob teia, na face inferior das folhas.
Já os danos podem ser visualizados a partir das pontuações cinza-claras que evoluem para acinzentadas na face inferior da folha, e amareladas na superior. O ataque é concentrado em partes específicas.
Os danos do ácaro-rajado na soja são visualizados pela cor acinzentada nas folhas.
Ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni)
Já os ácaros-vermelhos são menos comuns nas lavouras de soja no Brasil. A Embrapa explica que o ataque é semelhante ao do ácaro-rajado, também sendo sensíveis a chuvas, predadores e patógenos.
Também se desenvolvem na estiagem e pelos mesmos defensivos agrícolas que os ácaros já citados. As ninfas têm coloração vermelho-claro.
Na fase adulta, as fêmeas são semelhantes às do ácaro-rajado, mas no tom vermelho-carmim, escurecendo com o tempo, enquanto os machos são vermelho-alaranjado. Os danos também são similares aos causados pelo ácaro-rajado.
Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
O ácaro-branco na soja, assim como o vermelho, é pouco comum no Brasil. Tem a característica de multiplicar-se rapidamente e possuir sensibilidade à baixa umidade. O ataque concentra-se nos brotos novos das plantas. São difíceis de serem visualizados a olho nu.
A Embrapa informa que, muitas vezes, os ácaros-brancos nem podem ser consideradas praga, uma vez que se alimentam de fungos e outros recursos. Em seu crescimento, predomina a cor creme brilhante.
Já os ácaros-brancos adultos possuem corpos elípticos; os machos são menores que as fêmeas. Os ovos possuem o mesmo formato, com protuberâncias que parecem verrugas (principal característica para identificação da espécie), e são depositados na superfície da folha da soja, sem teia.
A espécie ataca a face inferior de folhas novas, dificultando o crescimento. Percebe-se que ficam enrugadas de forma simétrica. Os danos também podem chegar na haste e nas vagens, ficando com coloração bronzeada, afetando a estrutura e o tamanho da planta.
Métodos de controle de ácaro na soja
O controle dos ácaros na soja deve envolver diferentes abordagens estratégicas, a fim de realizar combates efetivos na eliminação e prevenção do ataque das pragas.
Ainda de acordo com a Embrapa, o método que predomina é a realização do manejo integrado de pragas. Principalmente, visando o uso racional de defensivos, preservando inimigos naturais e diminuindo as chances de danos do ácaro da soja.
Além disso, o controle cultural pode evitar os ácaros na soja. Como o período de seca é crucial para a disseminação, em épocas de estiagem, é importante que haja manejo da água nas plantas do talhão. Assim, a irrigação pode ser uma forma de torná-las menos suscetíveis à praga.
A eliminação de hospedeiros, como plantas daninhas, pode ser uma alternativa de controle, diminuindo os recursos para reprodução. Uma forma preventiva de evitá-las é com a rotação e diversificação cultural, evitando um ambiente propício para propagação dos ácaros.
Também é possível utilizar acaricidas como forma de controle químico nas plantas afetadas.
O aparecimento e a disseminação de espécies de ácaro na soja necessitam de condições ambientais específicas e, por isso, são consideradas pragas secundárias. Elas causam danos nas plantas, mas é possível realizar o controle com um manejo integrado bem adequado. Por isso, sempre monitore e vistorie os talhões para identificar a presença dos animais.
O ácaro é apenas umas das pragas que podem atacam a soja durante seu desenvolvimento. É preciso atentar-se a insetos e doenças que podem se espalhar e diminuir o rendimento da safra.
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