A influência do clima na soja é determinante para a produtividade e a qualidade da colheita, uma vez que cada fase do desenvolvimento exige condições climáticas específicas.
Compreender como variações de temperatura, precipitação e luminosidade impactam o plantio diretamente desde a germinação até a maturação dos grãos é essencial para os produtores.
Continue a leitura para entender qual o clima ideal para soja. Vamos nos aprofundar, ainda, sobre o impacto das mudanças climáticas, os desafios dos eventos extremos, além de explicar como escolher cultivares de acordo com o ciclo e quais ferramentas podem ser utilizadas para monitorar e prevenir as alterações na cultura!
Clima ideal para o cultivo da soja
O clima ideal para o cultivo da soja envolve temperaturas que variam entre 20°C e 30°C, pois essas condições são propícias para o desenvolvimento adequado do grão.
Quando as temperaturas estão abaixo de 10°C, pode haver redução no crescimento da planta. Quando o termômetro registra valores acima de 40°C, há distúrbios na floração e diminuição na capacidade de retenção de vagens.
A soja necessita de um período quente de crescimento, livre de geadas. É por isso que a semeadura passa a ser recomendada de setembro até janeiro, de acordo com o tipo e a região de plantio. O crescimento varia de 75 a 150 dias, dependendo do grau de maturação.
Impacto das mudanças climáticas
Uma das principais preocupações das mudanças climáticas no desenvolvimento da cultura é o impacto sobre a produtividade e a qualidade da soja. Veja o que pode acontecer em cada fase da lavoura!
Plantio
O clima da soja para o plantio requer um solo bem preparado e temperaturas consistentemente acima de 20°C para uma germinação adequada. O aumento das temperaturas pode antecipar o período de semeadura em algumas regiões, o que requer ajustes no manejo para evitar o estresse térmico nas fases mais sensíveis da planta.
No plantio da soja, é preciso que as temperaturas estejam acima de 20°C.
Crescimento vegetativo
A planta necessita de quantidade adequada de água para um crescimento saudável. Mudanças no regime de chuvas, alternando períodos de seca na soja e de alta precipitação, podem limitar a capacidade da planta de absorver nutrientes e realizar a fotossíntese de forma eficiente.
Floração e formação das vagens
A floração e a formação das vagens estão entre as fases mais sensíveis ao estresse climático. Temperaturas muito elevadas podem reduzir a fertilidade e a formação de vagens, enquanto a umidade excessiva pode favorecer o desenvolvimento de fungos.
Maturação e colheita
Temperaturas mais altas podem acelerar o processo de maturação, reduzindo o período de enchimento de grãos. O resultado é a potencial diminuição da qualidade e do tamanho dos grãos. Isso exige um planejamento cuidadoso, principalmente em caso de chuva na colheita de soja, para evitar perdas de qualidade e de produção.
Desafios dos eventos climáticos extremos
Os produtores de soja enfrentam diversos desafios diante de eventos climáticos extremos, como secas, chuvas excessivas, baixíssimas temperaturas e ondas de calor, que podem afetar drasticamente a produção. Entenda as problemáticas a seguir!
Secas
Secas severas reduzem drasticamente a disponibilidade de água, que é indispensável para o crescimento das plantas de soja, resultando na diminuição da produtividade e da qualidade dos grãos.
Essa situação pode levar a perdas econômicas substanciais para os agricultores e impactar o mercado global, dada a importância da commodity, que também é utilizada na fabricação de subprodutos relevantes, como é o caso do óleo.
O uso de sistemas de irrigação eficientes e a escolha de variedades de soja mais resistentes à falta de água podem ser estratégias valiosas. Além disso, existem técnicas de plantio sustentáveis que ajudam a prevenir a escassez de água.
A rotação de culturas, por exemplo, permite que raízes sejam mais profundas. Assim como a prática de plantio direto, que envolve a manutenção de cobertura vegetal, permitindo que o solo esteja protegido e úmido por mais tempo.
Chuvas excessivas
O excesso de chuva na soja pode levar à falta de oxigenação das raízes, ao desenvolvimento de doenças fúngicas e à dificuldade na absorção de nutrientes essenciais.
Chuvas intensas e frequentes podem causar erosão do solo, principalmente se ele não estiver bem protegido com palhada. Outra questão é a perda de fertilizantes aplicados, o que tende a diminuir a eficiência de defensivos e aumentar o custo da produção em caso de reaplicação.
Para lidar com chuvas excessivas, é crucial adotar práticas de manejo do solo que aumentem a capacidade de drenagem da terra. Plantar em curvas de nível também ajuda a reduzir a erosão.
Ondas de calor
As ondas de calor, cada vez mais comuns em diversas regiões produtoras, representam outro desafio para as lavouras de soja. Isso porque altas temperaturas podem acelerar o ciclo de crescimento da planta, reduzindo o período de enchimento dos grãos e afetando negativamente sua qualidade.
O calor extremo aumenta a demanda das plantas por água, o que, em períodos de seca, agrava ainda mais os impactos sobre a cultura.
Para combater os efeitos das altas temperaturas sobre a soja, as saídas são a seleção de variedades adaptadas aos climas locais e o uso de coberturas de solo. Essas estratégias podem auxiliar na regulação térmica ao redor das plantas.
Ondas de calor podem adiantar a maturação da soja.
Escolha de variedades pelo ciclo da cultura
Isso é importante porque o clima pode afetar todos os ciclos. “Calor ou seca excessiva, por exemplo, pode antecipar a semeadura. Ao mesmo tempo, a falta de luminosidade ou a ocorrência de muitas chuvas alongam os ciclos”, de acordo com Gabriel Vinícius Finatto, gerente de marca da Brasmax.
“Dependendo da região, uma mesma cultivar pode se comportar de maneira diferente. Ela pode ser considerada ‘tardia’ no Rio Grande do Sul e ser considerada ‘média’ em alguma região quente do Paraná”, explica. “Isso não é uma regra, depende de cada variedade e da sua recomendação”, complementa Finatto.
Adaptação e uso da tecnologia
Para estar preparado no caso de condições adversas, é fundamental realizar o monitoramento meteorológico e implementar técnicas agronômicas avançadas, como a agricultura de precisão. Vamos explorar mais detalhes na sequência!
Monitoramento meteorológico
O monitoramento envolve a coleta contínua de dados relacionados ao clima local e às previsões meteorológicas específicas para a área de cultivo. São utilizadas algumas ferramentas na prática, como estações locais, softwares, drones e satélites.
Estações meteorológicas locais
Com a instalação de estações meteorológicas no ambiente, é possível monitorar diversas variáveis climáticas, como temperatura, umidade, precipitação, velocidade do vento e radiação solar. Essas informações auxiliam na tomada de decisões diárias relacionadas ao manejo e à proteção contra condições adversas.
Softwares meteorológicos
O uso de softwares e aplicativos permite integração de dados coletados de estações meteorológicas e de satélites. Assim, é possível fornecer previsões climáticas precisas e adaptadas às necessidades específicas da fazenda.
Drones e satélites
Uso de imagens de drones e satélites complementa os dados meteorológicos com informações sobre a saúde das plantas e as condições do solo. A técnica é essencial para uma observação mais ampla e detalhada das lavouras.
Drones auxiliam a visualizar de forma mais geral a lavoura de soja.
Agricultura de precisão
A agricultura de precisão usa tecnologias avançadas para otimizar as práticas, baseando-se nas condições do campo e na variabilidade das culturas. Veja alguns métodos que podem ser aplicados!
Sistemas de Posicionamento Global (GPS)
O uso de GPS ajuda a orientar maquinários de forma precisa pelos campos, o que é essencial para as práticas de plantio, pulverização e colheita. Possibilita reduzir desperdícios e maximizar a eficiência.
Sensores
Diz respeito à implantação de sensores no campo para monitorar condições como umidade do solo, nutrientes e saúde das plantas. Os dados permitem a aplicação variável de água e fertilizantes, ajustando quantidades específicas para áreas que realmente precisam.
Sistemas de Informação Geográfica (GIS)
O GIS é utilizado para mapear dados espaciais das culturas e do solo, permitindo uma compreensão detalhada da variabilidade dentro de um campo. Isso auxilia na gestão eficaz do espaço e na aplicação diferenciada de tratamentos.
Software de gestão agrícola
A integração de todas as informações coletadas (climáticas, do solo e das plantas) em uma plataforma unificada permite que os algoritmos otimizem decisões de plantio, manejo e colheita.
O impacto do clima sobre a soja é vasto e pode marcar cada período do desenvolvimento da cultura. Desde a semeadura até a colheita, as condições climáticas adversas comprometem a qualidade e o volume da produção. Portanto, compreender como cada período é afetado permite aos agricultores adotar práticas adequadas para mitigar esses efeitos e otimizar a produção.
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