As práticas de descompactação do solo são cruciais para proporcionar a saúde e produtividade da soja e de outras culturas agrícolas. No entanto, quando há compactação, limita-se o desenvolvimento das raízes e, consequentemente, a absorção de água, nutrientes e oxigênio. Além disso, compromete-se a resistência das plantas a doenças e pragas.
Continue a leitura para entender mais sobre as causas da compactação, os procedimentos de descompactação, as vantagens da semeadura no terreno apropriado e o que precisa ser feito numa lavoura de soja!
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ToggleA descompactação do solo é um conjunto de práticas, mecânicas e/ou biológicas, que visam romper uma camada compactada do terreno e com a estrutura natural comprometida.
As mecânicas fundamentam-se em princípios de subsolagem via equipamentos automáticos que operam numa profundidade maior que os insumos de preparo de solo com objetivo de reduzir a densidade. Enquanto que as biológicas vêm da adição de material orgânico por meio do sistema radicular, proporcionando mais sustentação ao ambiente pelas substâncias.
Nesse sentido, a realização dos procedimentos é importante para a restauração da estrutura natural do solo. Assim, permite-se o desenvolvimento mais adequado das plantas e aumento da produtividade, ao passo que os custos de irrigação são reduzidos. Ou seja, obtém-se mais retorno num ambiente sustentável a longo prazo.
A compactação do solo é o resultado de um conjunto de ações físicas, químicas e biológicas que culminam no aumento da densidade. Abaixo listamos as principais causas.
Uma das ações físicas é a passagem de tratores e colheitadeiras que, por serem muito pesados, podem comprimir o solo.
A passagem frequente dos animais sobre o local também pode levar à compressão fisicamente.
Os solos com baixa capacidade de infiltração podem ficar mais compactados pelo volume de água despejado.
A chuva intensa pode piorar a situação de um solo não descompactado.
Quimicamente, a substituição de alumínio por cálcio ou magnésio pode ser prejudicial, uma vez que o primeiro elemento tem ação estabilizante, enquanto os outros dispersam com pH menor que 7,0.
A inserção de substâncias de forma recorrente e em grande quantidade pode afetar a capacidade do solo em manter sua estrutura natural.
O preparo do solo agiliza a atividade biológica, passando para a mineralização e, assim, promove a desestabilização de macroagregados, levando à compactação. Antes da decomposição, a matéria estabiliza os agentes.
Conforme a Embrapa, o nível de compactação de um solo pode ter efeitos relativos, ou seja, pode ser benéfico até certo ponto, mas também pode atrapalhar completamente o desenvolvimento de uma lavoura.
Se a densidade do solo for muito baixa, há chance de pouca retenção de água pelas sementes na hora da germinação, tornando o processo mais demorado que o necessário. Agora, se estiver compactado, o fluxo hídrico não vai ser satisfatório para o desenvolvimento da cultura.
Assim, existem alguns sinais que indicam a necessidade de descompactação, tais como:
A passagem de muitos maquinários pode aumentar a compactação do solo.
De acordo com a Embrapa, há uma série de testes que podem ser feitos para certificação da necessidade de descompactação, de fato, do solo. Confira três deles abaixo!
Segundo o órgão, a prática consiste na abertura de áreas de 30 cm de largura por 50 cm de profundidade. A compactação pode ser visualizada morfologicamente, com a identificação dos limites superior e inferior do solo comprimido.
Assim que a cultura estiver no seu florescimento, nesse método, retira-se um bloco de solo com 15 cm a 20 cm de largura com 30 cm de profundidade. A depender da análise morfológica e distribuição radicular no espaço, é feito o diagnóstico de compactação.
Os instrumentos têm como objetivo quantificar a resistência do solo à penetração. Quanto mais difícil, mais compacto.
Se o solo estiver compactado, a solução é a redução da densidade, ou seja, a descompactação mecânica ou biológica.
O método de aplicação tem como base o uso de equipamentos que trabalham nas profundidades de compactação e que possuem discos ou hastes (escarificador de solo). A prática pode ser manual ou com maquinários, a depender do tamanho do talhão a ser trabalhado.
É importante dizer que para aplicar as técnicas mecânicas deve-se checar as condições de umidade do solo, assim como a profundidade e o espaçamento entre as hastes.
Outra questão de caráter físico que pode ser realizada é o controle do tráfego de veículos e do pisoteio de gados no local. Esse monitoramento pode ajudar a não piorar a situação.
A descompactação biológica do solo está atrelada às práticas mecânicas. Entre as alternativas de atuação estão:
Nesse caso específico, a partir da aplicação das práticas acima, vale ao sojicultor considerar o sistema de produção em plantio direto, uma vez que prevê a rotação de culturas para que o solo esteja descompactado, promove a formação de palhada, além de prezar pelo mínimo revolvimento do terreno para que a matéria orgânica esteja presente.
As culturas com sistema radicular que ajudam a fazer a descompactação do solo com plantas e podem estar presentes na rotação com a soja são:
O nabo forrageiro é uma das culturas que auxiliam no processo de descompactação do solo e pode ser utilizada em rotação com soja e outras espécies.
Ao produtor, vale certificar qual cultura é a mais indicada para a região e, também, o período de produção, considerando a rotação e alternância durante as estações do ano, assim como características, materiais necessários para desenvolvimento e, até mesmo, logística e questões mercadológicas.
Em geral, é importante ressaltar que cada caso de compactação é único, tendo a possibilidade de aplicação de apenas uma ou outra técnica, num tratamento específico, recomendado por um profissional especialista no manejo do solo.
A semeadura de soja em solo descompactado pode oferecer várias vantagens em comparação ao solo comprimido, entre elas:
A descompactação do solo é uma prática fundamental para proporcionar a saúde e produtividade da soja e de outras culturas, assim como a preservação da biodiversidade e da matéria orgânica do ambiente.
Com a adoção das técnicas corretas, é possível melhorar a estrutura do solo e reduzir impactos negativos na qualidade final da safra. Por isso, lembre-se que consultar um especialista é fundamental para saber o que fazer de forma mais adequada.
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