O gerenciamento do solo na adubação para soja é uma forma de garantir o bom desenvolvimento das plantas e a rentabilidade da cultura.
Tudo começa na análise do solo, que vai mostrar se há deficit de nutrientes ou excesso de elementos que possam estar prejudicando a produtividade da lavoura. Sem essa etapa, o cálculo de adubação para soja não pode ser feito, pois há risco de gerar formulações imprecisas.
Neste artigo, você vai conhecer quais fatores influenciam na absorção de nutrientes pelo solo e quais são as principais recomendações na adubação para soja e, assim, obter o máximo rendimento.
Fatores que influenciam a absorção de nutrientes
A absorção de nutrientes pela soja recebe influência de alguns fatores, entre os quais as condições climáticas, diferenças genéticas entre as cultivares, o teor de nutrientes no solo e o tipo de técnica empregada no plantio.
Quando falamos em condições climáticas, nos referimos à chuva e à temperatura. A disponibilidade de água é crucial em dois períodos do desenvolvimento da soja: germinação-emergência e floração-enchimento de grãos. O excesso e a escassez de água são prejudiciais.
De acordo com a Embrapa, para obter o máximo rendimento na cultura da soja, são necessários de 450 mm a 800 mm de água por ciclo.
A soja se adapta a temperaturas entre 20°C e 30°C, sendo que a ideal para o seu desenvolvimento fica em torno de 30°C.
A monocultura é um fator que também prejudica a absorção de nutrientes pelo solo e pode degradar física, química e biologicamente o terreno, gerando queda de produtividade e favorecendo o surgimento de pragas e doenças.
Para contornar todos esses problemas, é indicada a introdução de outras espécies vegetais, milho, pastagem e outras.
O preparo do solo, quando feito com as diretrizes corretas, é uma etapa que pode permitir alta produtividade da soja. Em contrapartida, quando o manejo é incorreto, leva à degradação do terreno, reduzindo o potencial produtivo.
Atualmente, de acordo com a Embrapa Soja, os solos vêm passando por um processo de degradação causado pelas condições climáticas, espécies cultivadas e pelas próprias características dos terrenos. Para revigorar as superfícies, produtores devem investir no Sistema de Plantio Direto, que melhora o desempenho da soja.
Análise do solo
A análise do solo é fundamental para definir se a área tem ou não indicação para o uso de adubação. A indicação é que essa avaliação seja realizada após a colheita da cultura anterior àquela que será cultivada.
Para maior confiabilidade, as análises devem ser coletadas em áreas semelhantes em solo, relevo e histórico de uso. Orienta-se a colheita de 10 a 20 amostras em pontos aleatórios em cada localidade.
Nitrogênio na adubação para soja
O nitrogênio (N) é essencial para a cultura da soja. Calcula-se que para produzir uma tonelada do grão sejam necessários 80 quilos do nutriente. O nitrogênio fornecido às plantas tem duas origens: fertilizantes nitrogenados e fixação biológica, proveniente da bactéria Bradyrhizobium japonicum.
A fixação biológica do nitrogênio (FBN) é a principal fonte do nutriente para a planta e pode, inclusive, fornecer todo o N que a soja precisa, segundo a Embrapa, dispensando a adubação do solo.
As bactérias do gênero Bradyrhizobium infectam as raízes da planta e formam os nódulos, mas a eficácia desse processo depende do uso correto de inoculantes com os micro-organismos específicos para a FBN da cultura da soja.
No caso dos inoculantes, existem alguns detalhes importantes a serem observados durante a compra. São eles.
- Prazo de validade: não utilizar inoculantes vencidos
- Armazenamento: confirme que o produto estava guardado em temperatura e arejamento adequados
- Conservação: mantenha o inoculante em local fresco e arejado na propriedade
Orientações da Embrapa indicam o fornecimento de 2 g a 3 g/ha de cobalto (Co) e de 12 g a 30 g/ha de molibdênio (Mo); dois nutrientes fundamentais para a FBN. A aplicação deve ser feita via semente ou foliar, nos estágios V3 a V5 de desenvolvimento.
Pesquisas em todas as regiões de cultivo de soja mostram que a adubação do solo com nitrogênio mineral em qualquer estágio de desenvolvimento da planta não melhora a produtividade da cultura. No entanto, caso as fórmulas sejam utilizadas, a dose não pode ultrapassar 20 kg de N/ha.
Fixação biológica do nitrogênio é a principal fonte do nutriente para a soja.
Fósforo e potássio
Nos solos brasileiros, é comum encontrar deficiência de fósforo (P), mas há exceções, como no Paraná. No Estado, temos a terra roxa, que é caracterizada pela alta fertilidade natural e com índices elevados dos nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas.
Segundo a Embrapa, solos pobres em fósforo tendem a manifestar alguns problemas, como baixa produtividade, plantas de porte reduzido e pequena altura de inserção das primeiras vagens. Estudos da entidade revelam que à medida que são fornecidas doses de fósforo são corrigidos esses distúrbios.
É possível eliminar a adubação com fósforo e potássio para a soja quando houver plantio direto na seguinte condição:
- quando a concentração de fósforo estiver acima de 18 mg dm⁻³, 14 mg dm⁻³ e 9 mg dm⁻³, em solos com teor de argila < 20%, de 20% a 40% e > 40%, respectivamente, e o potássio estiver acima de 0,30 cmolc dm⁻³.
Quando o solo receber adubação, recomenda-se que as fontes de fósforo sejam solúveis (superfosfato triplo, superfosfato simples, termofosfato yoorin, MAP e DAP). A Embrapa desaconselha a utilização de fosfatos naturais brasileiros diretamente na lavoura em razão da “extrema baixa eficiência agronômica e pelos custos de transporte, o que os inviabiliza economicamente”.
Pesquisadores indicam que a análise da fertilidade do solo seja feita a cada dois anos. Esse monitoramento é essencial para a tomada de decisão no que diz respeito à frequência e à quantidade da adubação. Já onde houver supressão dessa adubação, a análise do solo deve ser feita, obrigatoriamente, ao término do cultivo da soja.
Quando falamos em potássio (K), os solos brasileiros são bem abastecidos com o nutriente, por isso a resposta à aplicação tende a ser baixa. Conforme a Embrapa, plantações em solo com bom volume de potássio não se beneficiam da adubação.
Enxofre
Até meados dos anos 1980, a cultura da soja tinha pouca resposta à adubação com enxofre (S). Mas muito disso se deve à região onde os estudos foram feitos: no Paraná, onde a terra roxa tem grande quantidade de matéria orgânica e é uma fonte de enxofre.
A partir da década seguinte, foram verificadas novas e positivas respostas da aplicação de enxofre na cultura da soja, com alto rendimento em vários tipos de solos brasileiros. Foi a partir desses estudos que a Embrapa Soja estabeleceu os níveis críticos de S no solo, que são:
- Em solos com teor de argila > 40%, os níveis críticos foram de 10 mg dm⁻³ (0 cm a 20 cm de profundidade) e 35 mg dm⁻³ (20 cm a 40 cm)
- Em solos com teor de argila < 40%, os níveis críticos foram de 3 mg dm⁻³ (0 cm a 20 cm de profundidade) e 9 mg /dm⁻³ (20 cm a 40 cm)
De acordo com a Embrapa, a adubação de manutenção corresponde a 10 kg de enxofre para cada mil kg de produção de grãos esperada.
As fontes de enxofre que podem ser utilizadas como adubo para soja são gesso agrícola (15% de S), superfosfato simples (12% de S) e “flor” de enxofre ou enxofre elementar (98% de S). Também existem fórmulas NPK que contém o elemento.
Micronutrientes
São os elementos com baixa demanda pela cultura da soja. Os solos do Sul do país têm bons índices de micronutrientes, exceto na região de Ponta Grossa e no noroeste do Paraná e de algumas áreas do Rio Grande do Sul, onde o terreno é arenoso.
Segundo a Embrapa, o excesso de adubação fosfatada pode causar deficiência de zinco e manganês; dois micronutrientes importantes para o desenvolvimento da soja.
Atenção: quando o teor de algum micronutriente estiver alto, não se deve aplicá-lo, de forma a prevenir toxicidade.
Para saber se há deficiência de algum micronutriente, é recomendado fazer uma análise foliar e do solo. Caso o resultado aponte para carência de elementos, deve-se fazer aplicação via solo, via foliar (cobalto, molibdênio e manganês) ou via semente (cobalto e molibdênio), de acordo com o nível de escassez.
Mas existe um porém: as correções com análise a partir das folhas só serão válidas para a próxima safra. Isso acontece porque a avaliação foliar deve ser realizada no período de floração, e nessa fase já não é mais eficiente fazer qualquer correção nutricional.
Ainda de acordo com a Embrapa, a aplicação de micronutrientes no sulco de plantio tem sido bem utilizada pelos produtores. A recomendação é usar um terço da indicação a lanço por três anos sucessivos.
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