A inoculação da soja é um dos procedimentos essenciais para o desenvolvimento adequado da planta e maior produtividade da cultura. A técnica consiste no fornecimento de nitrogênio às sementes via bactérias, de forma natural e sustentável.
O tratamento evita desperdício de recursos aos sojicultores. Se a inoculação for realizada corretamente, anualmente e estiver aliada a práticas que auxiliam no desenvolvimento e na conservação do solo, os grãos tendem a apresentar melhor qualidade.
Quer saber tudo sobre a inoculação da soja? Então, continue a leitura deste texto e entenda o que é, a importância, como aplicar o inoculante, quais os tipos de insumos, as boas práticas, além de aprender a verificar se o tratamento deu certo ao final de todo processo. Boa leitura!
O nitrogênio (N) é o nutriente que a safra de soja mais precisa para prosperar. Ele está presente no ar, mas para ser captado é necessário o auxílio de bactérias do gênero Bradyrhizobium, como as espécies Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii. Elas pegam os nutrientes da atmosfera e promovem o desenvolvimento das plantas.
O procedimento por completo se chama Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN). As bactérias são disponibilizadas via insumo denominado inoculante. Assim, a inoculação da soja é a técnica de fornecimento do produto às sementes. Após a semeadura e o crescimento das raízes, as bactérias formam nódulos que vão ter a capacidade de fixar o nitrogênio no solo.
Para obter 1 tonelada de grãos, há necessidade de cerca de 80 kg de nitrogênio. A estimativa é de que, por consequência, haja aumento de 8% na produtividade da lavoura.
Além disso, a prática é sustentável do ponto de vista ambiental, pois dispensa a necessidade do uso do nutriente em fertilizantes sintéticos, além de gerar economia ao produtor. Segundo dados de 2019 da Embrapa, o Brasil poupa US$ 13 bilhões por ano com a inoculação.
Qual a diferença para coinoculação e reinoculação?
Na coinoculação da soja, há associação das bactérias Bradyrhizobium e Azospirillum. A primeira ajuda na produção de nódulos para captação de nitrogênio; a segunda, no crescimento da planta (inclusive, é utilizada em lavouras de milho e trigo). Além de um sistema radicular maior, aumenta-se a quantidade de nitrogênio a ser absorvido. Já a reinoculação consiste na realização da inoculação anualmente.
A inoculação afeta diretamente o desenvolvimento das raízes da cultura de soja.
Importância da fixação biológica de nitrogênio
A FBN é o processo em que as bactérias transformam o nitrogênio, disponível na atmosfera, em nutrientes para o crescimento das plantas de soja. Entre seus benefícios estão o fornecimento de nitrogênio, principalmente em solos com carência, além da redução da dependênciade fertilizantessintéticos com adição nitrogênio.
Outras vantagens são a melhoria na qualidade do solo, com aumento na fertilidade da planta e mais capacidade de retenção de água e resistência a doenças. A sustentabilidade agrícola, pois reduz impactos ambientais e custos de produção, assim como o desenvolvimento da biodiversidade, uma vez que há maior estímulo para o crescimento de outras espécies de plantas e microrganismos num solo com nutrientes.
Tipos de inoculantes
O inoculante contém as bactérias que formam os nódulos responsáveis pela fixação do nitrogênio durante o desenvolvimento da planta. No Brasil, atualmente, são comercializados dois tipos do insumo: líquido e turfoso. Veja como funcionam.
Inoculante líquido
O insumo líquido pode ser aplicado diretamente nas sementes, em uma dose. Após homogeneização e secagem, elas estão prontas para a semeadura. Também pode ser inserido no sulco de semeadura, em seis doses.
Inoculante turfoso
Já o turfoso deve ser aplicado apenas na semente, também em uma dose. Porém, é preciso adicionar uma solução açucarada ao insumo.
A inoculação da soja deve ser feita em um ambiente com sombra, seja numa máquina específica para tratamento, em tambor giratório ou betoneira. É preciso que as sementes fiquem 30 minutos protegidas do calor excessivo. Depois de homogeneizadas, elas podem ser plantadas.
A dose de aplicação deve ser a recomendada pelo fabricante. De acordo com a Embrapa, deve haver 1,2 milhão de células de bactérias por semente.
Dica importante: não use o inoculante diretamente na caixa semeadora! Além disso, não misture o insumo com defensivos agrícolas. Se for necessário, trate com os agroquímicos antes, espere secar e, depois, realize outra operação com o inoculante.
O que impede uma inoculação adequada
Algumas questões podem interferir no desenvolvimento ideal da inoculação e atrapalhar o processo. Entre elas:
Solos compactados e encharcados, com baixa disponibilidade de oxigênio e nitrogênio.
Áreas com pH abaixo de 5.5.
Locais com baixa umidade.
Ambientes com temperatura elevada, acima de 35ºC.
Altas temperaturas podem ser nocivas para as bactérias do inoculante, principalmente na caixa semeadora.
Boas práticas de inoculação
É importante certificar se o inoculante para soja possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além de checar a data de validade. Para que o insumo esteja próprio para uso, as condições de transporte e armazenamento devem ser respeitadas — o produto não pode ficar exposto diretamente ao sol, nem em locais muito quentes.
Dentro da propriedade, o sojicultor deve encontrar um local fresco e arejado para armazenar os insumos. Assim, as bactérias são preservadas e não correm risco de morrer. Além disso, é fundamental estar acompanhado de um engenheiro agrônomo para ter certeza da procedência e da qualidade do inoculante.
Dicas para melhor resultado da FBN
Para que a fixação seja bem feita, há alguns cuidados essenciais a serem tomados. Entre eles:
Faça a semeadura no mesmo dia da inoculação.
Aplique o inoculante novamente se não conseguir plantar as sementes.
Evite o contato da bactéria com defensivos agrícolas.
Não deixe o depósito de sementes da semeadora muito quente.
Não realize a inoculação, nem aplique agroquímicos, em área de primeiro plantio.
Como saber se a inoculação funcionou?
Para saber se a inoculação da soja deu certo, é preciso fazer a verificação da quantidade de dos nódulos. No estágio V3, a coroa (raiz principal) precisa ter cerca de 15 a 20 nódulos. Para que a fixação esteja, de fato, acontecendo, eles precisam ter a coloração interna vermelha/rosa-escuro.
Se não alcançar essa quantidade de nódulos, a inoculação não funcionou. O mesmo ocorre se internamente não estiver verde ou marrom. Uma das soluções para resolver essa situação é o uso de inoculantes via pulverização aérea.
Porém, se já estiver passado do estágio V3 e chegado na fase reprodutiva, a opção já não vai resolver. Resta fazer o tratamento antes da semeadura na próxima safra e verificar os resultados.
A inoculação da soja é um processo fundamental da semeadura. É importante programar o tratamento, manter os inoculantes em armazenamento adequado e realizar o processo anualmente para aumentar a quantidade de nitrogênio no solo. Assim, há mais chances de uma safra com alta produtividade.
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