O resultado da colheita da soja é a prova de todo trabalho e dedicação de uma safra. A lavoura bem planejada permite que esse processo seja ainda mais eficiente.
A etapa requer muita atenção devido à variedade e importância dos fatores que estão envolvidos nesta operação. No processo, todas as ações e técnicas de manejo para o máximo rendimento são voltadas para evitar ou reduzir perdas, assegurando, assim, a qualidade dos grãos.
Continue a leitura para entender quais passos aplicar, o que considerar e como fazer a colheita dos grãos de soja da melhor forma possível!
Como funciona a colheita de soja?
O processo de colheita da soja consiste em algumas etapas importantes. Na sequência, vamos explorar detalhes de cada uma!
Cultivo planejado
Um bom planejamento da safra é capaz de trazer benefícios durante todo o desenvolvimento da soja na lavoura. Antes da semeadura, escolha sementes de alta qualidade fisiológica, capazes de originar plantas vigorosas. Além disso, é preciso estar atento a alguns cuidados com o solo, como a temperatura e umidade.
Certifique-se também se a profundidade da semeadura está correta, entre 3 cm e 5 cm, e se o espaçamento, de 40 cm a 60 cm, está sendo feito. Por fim, realize a adubação, que deve ser distribuída ao lado e abaixo da semente, e jamais esqueça de realizar o monitoramento das pragas.
O planejamento do cultivo também passa pelo período pré-colheita. Se houver necessidade de antecipar a colheita, pode ser necessário realizar a dessecação para promover maturação uniforme.
Além disso, é o momento certo de limpar e preparar os equipamentos que vão à campo e de organizar o armazém para acomodar a soja a ser colhida.
Colheita propriamente dita
Saber quando é a hora da colheita da soja é fundamental para contribuir com o rendimento operacional, a qualidade dos grãos e a minimização de perdas. O momento ideal é quando as vagens estão completamente maduras. E, por isso, é ideal monitorar a maturação pré-colheita.
A colheitadeira de soja percorre as fileiras do talhão, cortando as plantas próximas à superfície do solo. Ela recolhe a cultura inteira ou somente os grãos, dependendo do equipamento utilizado.
A máquina de colheita passa pela lavoura retirando as plantas ou os grãos de soja.
Armazenamento temporário
Após a colheita, a soja é levada para local de armazenamento temporário, como um silo ou um caminhão, onde será protegida de intempéries e de possíveis danos.
Secagem
A umidade da soja precisa ser reduzida antes do armazenamento a longo prazo. Para isso, ela é submetida a um processo de secagem até atingir o teor de umidade ideal, que é de até 14%.
Armazenamento a longo prazo
Depois de seca, a soja é transferida para silos ou armazéns específicos, onde será preservada até a comercialização.
Qual o período de colheita da soja?
O período para realizar a colheita da soja depende da fase em que o grão se encontra. Cada cultivar possui seu próprio ciclo de desenvolvimento, culminando na coleta dos grãos entre dezembro e abril.
O período de maturação é essencial para que os grãos alcancem a máxima qualidade. Assim, o momento correto é aquele em que:
- As plantas estão amareladas.
- As vagens possuem aparência velha e seca, de coloração marrom ou cinza.
- O grão atinge o estádio fenológico R8 e está totalmente desenvolvido.
A dessecação das plantas pode ser utilizada como estratégia quando se pretende antecipar a colheita. O procedimento deve ocorrer quando as plantas estão no estádio fenológico reprodutivo 7.3 ou superior.
A prática é útil quando há desuniformidade na maturação, retenção foliar e grande presença de plantas daninhas na área.
A colheita deve ser feita quando a vagem apresenta cor acinzentada ou marrom.
Dicas para obter máximo rendimento na colheita
Uma safra de soja produtiva depende de diversos fatores: do momento em que é escolhida a cultivar até a colheita dos grãos. Por isso, confira orientações essenciais para que a lavoura obtenha o máximo de rendimento!
Cuidados com a máquina de colheita
O primeiro passo para a colheita da soja é a verificação dos equipamentos. Por isso, realize revisões constantes, substitua os filtros, troque as peças desgastadas e faça a limpeza necessária.
A máquina colhedora é composta, basicamente, pelos seguintes processos: corte, trilha, separação dos grãos e limpeza. O processo de corte consiste em:
- Barra de corte: corta as hastes das plantas.
- Molinete: tomba as plantas cortadas pela barra de corte.
- Caracol: responsável por transferir os grãos para a esteira alimentadora.
- Esteira alimentadora: une a plataforma de corte com a trilha.
Na trilha, os processos são:
- Cilindro de trilha: função mecânica de impacto.
- Côncavo: responsável pelo filtro dos grãos, fragmentos de vagens e hastes.
Na separação, os processos são os seguintes:
- Extensão regulável do côncavo: responsável por deixar apenas os grãos soltos irem para o bandejão.
- Batedor: reduz a velocidade da palha que será eliminada e direciona ao saca-palhas.
- Cortinas retardadoras: reduzem ainda mais a velocidade de eliminação da palha para filtragem dos grãos.
- Saca-palhas: elimina as palhas e separa as sementes que estavam misturadas.
Na limpeza, ocorrem os seguintes passos:
- Bandejão: separa os grãos da palha.
- Peneira superior: tem a função de filtrar os grãos.
- Peneira inferior: permite somente a passagem dos grãos.
- Ventilador: corrente de ar que elimina todas as partículas mais leves.
Os ajustes nas peças, principalmente na rotação do molinete, devem ser feitos antes do início da colheita. O mesmo vale para a tensão da esteira, que varia de acordo com a quantidade de grãos que será processada.
Calibragem da colhedora
A calibragem influencia diretamente no rendimento operacional da colheita, em níveis de perda e na qualidade dos grãos.
Cerca de 80% das perdas ocorrem na plataforma de corte, em que o atrito do molinete e da barra com as plantas pode ocasionar a abertura das vagens antes do recolhimento, e no sistema de separação, que não consegue segregar os grãos do volume de palha.
Velocidade da colheitadeira
A velocidade da máquina é outro ponto que necessita de atenção, para que seja possível ter maior eficiência do corte e da alimentação. O ideal é que fique entre 4,5 km/h e 6,5 km/h para que a colheitadeira trabalhe com qualidade, sem causar nenhum prejuízo. A rapidez deve considerar os níveis de perdas aceitáveis.
Condições climáticas
As condições climáticas indicam como será o rendimento da colheita e os riscos de perdas, caso a etapa seja comprometida.
Acompanhe as previsões climáticas em várias fontes, buscando informações precisas e confiáveis. A vigilância constante desses dados contribui para a elaboração de estratégias eficientes. Dessa forma, é possível evitar surpresas que possam comprometer a operação e o desenvolvimento dos grãos.
O sojicultor deve ficar atento às condições do tempo, já que podem influenciar todo o processo de colheita.
Pode colher soja na chuva?
Colher soja na chuva traz desafios e impactos no máximo rendimento. A chuva pode atrasar a colheita, molhar os grãos e aumentar a umidade, o que pode levar a problemas de armazenamento e reduzir a qualidade da safra.
A chuva causa problemas logísticos e de produtividade. A umidade excessiva provoca danos aos grãos, perda de peso, mofo e aumenta a chance de perdas econômicas. Além disso, colher a soja em ambiente molhado pode levar à compactação do solo, o que prejudica o desenvolvimento de raízes e futuros cultivos.
Portanto, é preferível aguardar até que a terra esteja seca o suficiente para a colheita de soja, proporcionando condições mais favoráveis.
Umidade dos grãos
Dentre os vários fatores envolvidos na operação de colheita de soja, a umidade de grãos é considerado um dos mais importantes e deve ser monitorado constantemente. Afinal, é ela que define algumas calibragens da colhedora, o início, os danos e as perdas nos grãos e a necessidade de processamento na secagem.
Nesse sentido, a mensuração da umidade pode ser realizada com medidores padrão ou portáteis, levados a campo.
A umidade adequada deverá estar entre 13% e 15%. Colheitas realizadas com valores maiores geram danos por amassamento dos grãos, enquanto índices inferiores ocasionam a quebra destes.
Em ambas as situações podem ocorrer danos latentes, internos nos grãos. Isso prejudica a qualidade do produto processado na indústria (farinha, óleo e proteína).
Desafios enfrentados na colheita de soja
Na colheita da soja, alguns desafios podem e, provavelmente, vão ser enfrentados pelos sojicultores. Uma das principais adversidades é a necessidade de conciliar a atividade agrícola com a tecnologia. A falta de adoção de práticas digitais adequadas pode impactar negativamente o sucesso da safra.
Outro obstáculo significativo é a qualidade do solo. Características químicas, físicas e biológicas da área devem ser consideradas para reduzir custos com correção e promover um ambiente favorável para o cultivo. Fatores climáticos também podem representar um contratempo durante a colheita da soja, como citado anteriormente.
É importante estar preparado para lidar com possíveis pragas e doenças na lavoura durante a colheita. O monitoramento constante e o uso de técnicas de manejo integrado de pragas e doenças são fundamentais para mitigar esses desafios.
A logística da colheita precisa ser realizada dentro do período adequado, possibilitando a maturação dos grãos e minimizando as perdas. A disponibilidade de mão de obra e de equipamentos também pode representar desafios a serem superados, mas tudo isso pode ser superado com um bom planejamento.
Perdas na colheita
Existem diversos desafios durante a colheita, mas um dos principais obstáculos é a quantidade de grãos perdida no processo. Perdas acima de 1 saca/hectare podem ser evitadas e, por isso, são consideradas desperdícios. No Brasil, a estimativa é que haja prejuízo superior a 2 sacas/hectare.
Entre as ações a serem realizadas está a verificação com uso do copo medidor. Nele, é feita a ligação entre volume e massa, determinando as perdas ocorridas em sacas por hectare. Vale destacar que, a partir do momento em que os ajustes necessários forem feitos no maquinário antes da colheita, o desgaste será mínimo.
Pode colher soja à noite?
Uma das dúvidas dos sojicultores é sobre a possibilidade de colher a soja durante a noite. É possível, sim, porém a colheita deve ser feita, preferencialmente, durante o dia em razão da qualidade da luz solar e das condições climáticas.
Durante o dia, a luminosidade do sol permite melhor visualização dos grãos e das plantas, facilitando o trabalho dos agricultores e ajudando a evitar perdas durante a colheita. Já à noite, por conta das temperaturas mais amenas e do orvalho, o teor de umidade tende a ser mais alto, acarretando o amassamento dos grãos.
Além disso, algumas propriedades rurais podem contar com equipamentos que dependem da luz natural para melhor desempenho.
Colher no momento certo, monitorar as condições climáticas e adotar as melhores técnicas de colheita e armazenamento são importantes para obter o máximo rendimento.
Cada etapa do ciclo de vida da soja contribui para alcançar o máximo rendimento e, por isso, o planejamento é tão importante. Conheça o Guia de Máximo Rendimento da Brasmax, que pode ajudá-lo a obter mais informações sobre o cultivo e manejo para tomar as melhores decisões. Clique na imagem abaixo e baixe gratuitamente!