Os nematoides na soja são um dos principais riscos para uma lavoura próspera. Os parasitas causam preocupações pelos danos que podem causar nas raízes das plantas e, também, pela redução da produtividade. Compreender como a praga funciona é essencial para uma safra rentável.
No Brasil, existem alguns tipos de nematoides que se aproveitam da soja, porém existem diversos métodos de controle e características para identificação dos vermes. Continue a leitura para saber mais detalhes do parasita e como agir contra ele!
Os nematoides são um grupo de vermes, ou seja, animais invertebrados, que estão presentes em diversos ambientes, como solo, água, animais e plantas, incluindo culturas como a da soja.
Os parasitas são separados em tipos. Eles podem causar doenças nas plantas cultivadas, danificar raízes e, consequentemente, afetar completamente a produção agrícola.
De acordo com a Embrapa, existem mais de 100 espécies de nematoides associadas ao cultivo de soja no mundo. No Brasil, os principais são os formadores de galhas, o de cisto, o das lesões radiculares e o reniforme. Confira, na sequência, as características dos nematoides e saiba como identificar!
Os nematoides de galha na soja (Meloidogyne spp.) são endoparasitas que realizam o crescimento desordenado de células na raiz da hospedeira, em resposta à alimentação. A identificação pode ser percebida com o inchaço do sistema radicular das plantas, o que acarreta perda da capacidade de absorção de nutrientes.
Na parte aérea, percebem-se vagens com grãos que não encheram, diminuindo a produtividade. Outro sintoma é a redução no tamanho das plantas, além da cor amarelada (mesmo que não seja um indício específico da existência do parasita).
Raiz de soja com atuação do nematoide de galha, sem capacidade de absorção de nutrientes.
Os nematoides de cisto (Heterodera glycines) formam estruturas protetoras que abrigam ovos do parasita, que eclodem em condições favoráveis e liberam larvas jovens para infecção das plantas.
De acordo com o coordenador de desenvolvimento da Brasmax, Tiago Villela Scarassatti, essa é uma das principais pragas da soja pela facilidade de disseminação. “O nematoide penetra nas raízes e dificulta a absorção de água e nutrientes, causando redução de porte e número de vagens, clorose e baixa produtividade”, explica.
O nematoide de cisto ocorre em reboleiras e em locais onde a população do patógeno é alta, e também pode promover a morte prematura de plantas. O cisto pode permanecer na terra por mais de oito anos.
“Em solo úmido, com temperaturas de 20°C a 30°C, as larvas eclodem, penetram na raiz e o ciclo se completa em três a quatro semanas. Este nematoide caracteriza-se como um semiendoparasita sedentário e sua disseminação se dá através de ambientes contaminados que são levados pelo trânsito de máquinas, equipamentos, implementos agrícolas, veículos, enxurrada, animais e sementes com partículas de solo”, complementa Scarassatti.
Os nematoides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) se alimentam das raízes das plantas, causando danos e necroses. Eles são um problema em solos com alto teor de matéria orgânica, especificamente.
Quando há praga, as reboleiras possuem plantas menores, mas ainda continuam verdes. As raízes escurecem por conta do ataque ao parênquima cortical, tecido em que o nematoide injeta toxinas durante a alimentação, de acordo com a Embrapa.
Quando há o ataque dos nematoides das lesões radiculares, as plantas ficam menores.
O nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis) costuma atacar as culturas de algodão e soja, caracterizando-se, principalmente, pela desuniformidade. Ou seja, há várias partes em que a plantação é subdesenvolvida, como se houvesse deficiência mineral ou solo compactado.
A praga é ectoparasita sedentária, os ovos são depositados na superfície das raízes, que, apesar de não possuírem galhas, são subdesenvolvidas. O termo “reniforme” vem do formato da nematoide fêmea, que se assemelha a um rim.
Os nematoides na soja causam impactos específicos na lavoura, como pode ser observado pelas formas de se identificar a praga. De qualquer maneira, a safra é prejudicada pela redução do crescimento das plantas ou pela desuniformidade, uma vez que os parasitas se alimentam dela e de suas raízes. Isso tudo em decorrência da diminuição na absorção de nutrientes e água, impactando no tamanho.
Se o desenvolvimento da planta é afetado, há perda de rendimento, com produção reduzida de vagens e grãos. Isso impacta diretamente o bolso do sojicultor e a quantidade esperada ao final da colheita. Além disso, a lavoura tende a ficar mais suscetível a outras doenças por patógenos, como bactérias e fungos, por conta das raízes enfraquecidas.
Apesar da presença da praga ser severa na fazenda, há métodos de controle para os nematoides na soja. O primeiro passo é a identificação. Assim, há maior assertividade das ações, que podem ser integradas com diferentes estratégias para um manejo adequado às situações. Confira, na sequência, como combater as pragas!
De acordo com Scarassatti, a prevenção da infestação das áreas isentas da praga é essencial para evitar a contaminação. No caso da nematoide de cisto, em que a disseminação se dá em ambientes contaminados, a higienização é fundamental para evitá-la.
“[Ela pode ser feita] por meio da limpeza de máquinas, implementos, ferramentas e calçados, e utilização de sementes beneficiadas, sem partículas de solo”, afirma.
A limpeza dos maquinários é um método preventivo contra disseminação de nematoides de cisto.
O controle de áreas já infestadas contempla algumas ações, entre as quais a rotação de culturas e o manejo do solo, mas a principal medida está na escolha assertiva das cultivares. O uso de variedades de soja corretas é um aliado para evitar a disseminação dos nematoides.
“Quando em contato com as raças que apresentam resistência, estas cultivares evitam a penetração, proliferação e reprodução, controlando, assim, os níveis populacionais da praga”, explica o coordenador de desenvolvimento da Brasmax.
Reafirmando seu compromisso com os agricultores brasileiros e com o máximo rendimento, a Brasmax possui uma enorme gama de cultivares com diferentes grupos de maturação e características, que, além de seu alto teto produtivo, apresentam resistência aos nematoides de cisto.
As variedades resistentes às principais raças deste tipo, recomendadas para região do cerrado, onde se concentram casos da praga, são:
A rotação é uma prática essencial para diversas ocasiões em uma propriedade rural, principalmente no controle de pragas, como nematoides. Ao alterar a soja com uma cultura não hospedeira, pode haver quebra do ciclo de infestação, reduzindo a densidade populacional dos parasitas.
É importante que a escolha leve em consideração a viabilidade técnica e econômica para cada tipo de solo e região, o que pode ser variável de um lugar para outro, além de considerar o tipo de nematoide presente na propriedade. Durante a rotação, também vale a inserção de adubos verdes resistentes para recuperação da matéria orgânica e atividade microbiana.
O uso de agentes como controle biológico dos nematoides na soja é uma das saídas para controlar a praga. Os organismos predadores, como fungos e bactérias, podem atacar e se alimentar dos pequenos vermes, auxiliando na redução populacional. É essencial que as condições ambientais e da espécie sejam favoráveis para contribuir com a atuação dos nematófagos.
Outro método de controle é pelo uso de defensivos químicos, principalmente em caso de infestações graves em que os outros métodos de manejo não sejam suficientes para frear a proliferação dos nematoides. Os insumos devem ser pulverizados de acordo com as recomendações do fabricante.
A combinação de estratégias é mais eficaz do que apenas uma ação isolada. Sendo assim, é provável que a propriedade esteja protegida da praga se fizer rotação de cultura correta, utilizar cultivares tolerantes, usar adubos verdes, fazer os controles químicos e biológicos, além de prevenir a disseminação com a limpeza de equipamentos.
O controle é importante para que o rendimento da safra seja o maior possível. Quer conferir o portfólio completo da Brasmax para a safra de 2024/25 e se proteger dos nematoides? Então, clique na imagem abaixo e conheça nossas cultivares!
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