Proporcionar a sustentabilidade e a produtividade de uma fazenda é um dos principais objetivos, mas também desafios, do produtor rural. Entre as diversas possibilidades de atuação está a escolha do método correto de produção agrícola e de uso dos talhões. Uma das técnicas mais utilizadas pelos sojicultores é a sucessão de culturas.
O processo envolve o cultivo de diferentes espécies em sequência, aproveitando de forma estratégica os nutrientes do solo e, também, buscando a redução do uso de certos recursos.
Continue a leitura para saber mais detalhes sobre a sucessão de culturas, qual a diferença para a rotação, como planejar a alternância da soja, além de entender as vantagens e desvantagens desse método!
O que é sucessão de culturas?
A sucessão de culturas é a técnica agrícola de cultivo de duas culturas em sequência, sendo uma na safra do verão e outra no inverno. O objetivo é aproveitar ao máximo os recursos do solo e maximizar a produtividade da terra.
O processo considera as necessidades de nutrientes para o solo, tempo de crescimento, características do sistema radicular, entre outros fatores. Assim, uma cultura pode complementar ou aproveitar a situação do ambiente após a colheita de forma mais sustentável.
Qual a diferença entre rotação e sucessão de culturas?
A diferença entre rotação e sucessão está na quantidade de culturas na lavoura num ciclo produtivo. Na primeira, há plantio de três espécies ou mais, enquanto que na segunda técnica duas espécies se alternam durante o ano e se repetem na sequência.
A rotação possui ciclos regulares em intervalos maiores, e a seleção das espécies proporciona ainda mais matéria orgânica ao solo, bem como uma expansão de sistema radicular com o objetivo de deixá-lo descompactado.
Um dos principais objetivos é reduzir a exaustão do solo, evitando o acúmulo de pragas, plantas daninhas e doenças em uma cultura. Além disso, vale dizer que entre as bases do plantio direto está a rotação.
Como planejar a sucessão de culturas com a soja?
Planejar a sucessão de culturas com a soja é importante para garantir a saúde do solo e aumentar a produtividade agrícola, sem que o talhão seja degradado apenas com o plantio de uma espécie em sequência. Veja como fazer isso!
Avalie as necessidades do solo
A soja é uma cultura que precisa de nitrogênio, fósforo e potássio em abundância para seu desenvolvimento, então é importante que se faça a análise da terra para compreender os níveis de matéria orgânica.
A análise do solo é fundamental para entender o que o solo tem e suas necessidades.
Escolha a cultura de sucessão
A decisão de qual espécie vai alternar o plantio com a soja é importante, uma vez que ela pode complementar as necessidades nutricionais. Assim, favorece a safra do ano seguinte com mais rendimento.
Entre as principais culturas a serem escolhidas estão:
- Milho;
- Trigo;
- Feijão;
- Aveia.
Planeje o plantio e a colheita
Como uma cultura vai depender da outra, é fundamental que haja a concepção e execução de um calendário agrícola, considerando as particularidades de cada espécie, os momentos de manejo da terra, assim como o vazio sanitário.
Principalmente, deve-se definir épocas de plantio e colheita de modo que uma safra não atrapalhe a outra. Caso as movimentações sejam adiantadas ou atrasadas, há possibilidade de coincidência com períodos de chuva, atrapalhando o desenvolvimento adequado, além de afetar a qualidade e aumentar as chances de perdas na colheita.
Adube e maneje o solo corretamente
Cuidar da terra corretamente é fundamental para que o ambiente esteja em ótima forma para receber uma cultura e proporcionar o melhor plantio possível.
Durante a avaliação inicial, pode ser visualizada a necessidade de adubação verde (com matéria orgânica), além de um planejamento para descompactação do solo, prevenindo erosões e resolvendo problemas de irrigação.
Vantagens da sucessão de culturas
Entre os principais benefícios de optar pelo sistema de plantio com sucessão de culturas estão:
A sucessão milho-soja é uma das mais comuns no Brasil.
Em comparação com a rotação, a principal questão é que, na prática, ela consegue lidar com os problemas e tem os mesmos benefícios. Entretanto, há uma série de outras questões que a sucessão não consegue solucionar de maneira adequada como:
- Evitar a exaustão do solo com sua descompactação.
- Diminuir o uso de defensivos agrícolas, já que certas pragas não se alimentam das culturas seguintes.
- Exigir menos necessidade de manejo.
- Realizar uma reposição mais completa de matéria orgânica por conta da maior variedade de espécies cultivadas.
- Promover melhor absorção de nutrientes.
- Aumentar consideravelmente a produtividade a médio e longo prazo.
Ao passo que as desvantagens da rotação em relação à sucessão são:
- Maior quantidade de insumos para diferentes culturas.
- Mais equipamentos para lidar.
- Necessidade de logística específica para cada espécie.
- Investimento mais caro a curto prazo.
Entretanto, a longo prazo, a sucessão e a rotação de culturas proporcionam menos problemas de sustentabilidade e meio ambiente para a propriedade. Além disso, promovem fertilidade do solo rico em matéria orgânica, colaboram com a biodiversidade e promovem um ambiente livre de erosões e com melhor aproveitamento das águas da chuva, amenizando ou eliminando a necessidade de irrigação.
Quais os malefícios da monocultura?
Todas essas vantagens da sucessão e da rotação de culturas estão diretamente relacionadas aos malefícios que a monocultura pode proporcionar para uma propriedade.
Apesar de ser mais fácil realizar o cultivo apenas de uma espécie numa mesma área agrícola, num período prolongado e sem a necessidade de troca de maquinário, ela apresenta uma série de problemas para a terra. Confira a seguir!
Redução da biodiversidade
Afeta a população de outras plantas, animais e micro-organismos que habitam o ecossistema e, principalmente, da matéria orgânica necessária para desenvolvimento da cultura com qualidade.
Erosão e redução da qualidade do solo
Como há o plantio em grande escala e em períodos prolongados, existe maior chance de compactação do solo, resultando em pouquíssima permeabilidade e, consequentemente, degradação.
Dependência de defensivos químicos
A não alternância ou rotação das culturas deixa a safra mais suscetível a pragas e doenças, fazendo-se necessário uso mais intensivo de insumos de controle.
Todos esses pontos demonstram a importância do sojicultor considerar com cautela a aplicação da sucessão de culturas ou mesmo da rotação, com objetivo de garantir a conservação do solo e a manutenção do ecossistema como um todo. Além disso, há possibilidade de diversificação da renda, apesar de haver maiores investimentos inicialmente.
De forma geral, a sucessão é uma técnica essencial para garantir mais produtividade da lavoura e ser sustentável a longo prazo. Além de considerar a possibilidade de obter um solo saudável para plantio, há garantia de safras de qualidade.
A prática é comum em lavouras de soja e tem se provado cada vez mais necessária com objetivo de desempenhar ideias sustentáveis nas propriedades rurais.
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