O Brasil é, disparado, o maior produtor de soja do mundo, alcançando 42% da safra mundial. O resultado destaca a importância do agronegócio para a economia brasileira e exige diversos cuidados para garantir que a produção se mantenha em alta nas próximas safras.
No campo, para que o resultado seja satisfatório, o produtor encontra diversos desafios. Dentre eles, o clima, as pragas e as doenças que podem provocar grandes prejuízos.
Já explicamos como o clima afeta a produção e as principais doenças que podem impactar a lavoura. O foco deste artigo é apresentar quais são as principais pragas da soja e orientar o produtor sobre medidas que podem contribuir para controlar e até eliminar o problema.
Com esta informação, é possível não apenas prevenir a aparição, mas também permite lidar com as consequências para evitar prejuízos ainda maiores. Diante desse cenário, ao entender sobre essas ameaças e suas origens, é possível adotar estratégias de manejo mais eficazes, prevenir danos significativos e garantir a saúde das lavouras.
Descubra quais são as principais pragas da soja
Dados do Conab, destacam o impacto que a ferrugem asiática pode ter na produção de soja no Brasil. O órgão aponta que a praga pode comprometer até 90% do total de uma plantação. A Embrapa, no estudo Pragas da soja no Brasil, destaca que a lagarta da soja pode provocar o desfolhamento de até 100% de uma lavoura.
É importante que o produtor tenha conhecimento sobre os estágios da sua lavoura e conheça os riscos que ele corre em determinado momento. A cultura da soja está sujeita ao ataque de pragas desde a germinação até o transporte final.
Para agir de acordo com o estágio da lavoura, o produtor precisa conhecer as características das principais pragas da soja e como elas interferem nas flores, nas vagens e grãos, nas plântulas e hastes, nas raízes e nos grãos após a colheita.
O Brasil é um país de dimensão continental, o que traz vários desafios para os produtores. As temporadas de chuva e seca, por exemplo, impactam lavouras em momentos distintos, e isso tem reflexo diretamente no aparecimento das pragas na soja.
A partir desta constatação, o Ministério da Agricultura, a Embrapa e as secretarias regionais estabeleceram regras e orientações para reduzir os danos que podem ser causados nas lavouras. Um desses cuidados é o vazio sanitário, período em que o produtor deve suspender a sua plantação para facilitar o controle de pragas e outros problemas.
Phakopsora pachyrhizi (ferrugem asiática)
“Ferrugem asiática” é o nome pelo qual é conhecido o fungo Phakopsora pachyrhizi, uma das principais pragas das lavouras de soja. O problema pode provocar a perda de até 90% de uma produção.
A Embrapa constatou um crescimento grande de casos nas últimas lavouras, com aumento de 234% no aparecimento da ferrugem asiática. A presença desta praga pode gerar um prejuízo de R$ 6 mil por hectare.
O vazio sanitário é uma medida extremamente útil no combate à ferrugem, já que ajuda a reduzir o inóculo do fungo. O controle químico também pode ser uma solução em alguns casos.
Anticarsia gemmatallis (lagarta da soja)
Este é um dos principais problemas enfrentados por produtores de todo o Brasil, já que a lagarta da soja está presente em todas as lavouras do país. Ela ataca tanto a planta em si quanto as vagens, o que pode resultar em grandes perdas de produtividade.
Durante o estágio de larva, ela se alimenta das folhas, causando desfolhamento, o que compromete a fotossíntese e, consequentemente, o crescimento da soja. Quando em maior número, as larvas podem provocar a perda de grandes áreas da planta.
Estima-se que uma única fêmea, em seu ciclo biológico de 30 dias, coloque cerca de 700 ovos. Em uma única safra, quatro gerações da lagarta da soja podem desfolhar 100% da plantação se não houver o devido controle.
Bemisia tabaci (mosca-branca)
Quando em menor população, a mosca-branca não provoca grandes danos à lavoura, como constatou um ensaio feito pela Embrapa em densidades, iguais ou menores que 15 ninfas por folíolo.
Contudo, os problemas desta praga da soja podem ser de ordem direta ou indireta. No primeiro caso, a mosca-branca se alimenta das folhas, reduzindo os nutrientes e o crescimento da planta e grãos. No segundo, elas excretam uma substância que favorece a formação de fumagina, causada pelo fungo Capnodium sp.
Alguns estudos indicam que a praga pode provocar perdas de até 30% em toda a lavoura.
Colletotrichum truncatum (antracnose)
O fungo Colletotrichum truncatum, mais conhecido como “antracnose”, é endêmico de regiões tropicais, o que o torna um problema tipicamente brasileiro ao falarmos sobre quais são as principais pragas da soja. Ele ataca a planta, o que causa o apodrecimento e a queda das vagens do cultivo.
Sclerotinia sclerotiorum (mofo-branco)
Outro fungo que causa o apodrecimento da planta, em detrimento da soja já ensacada, o Sclerotinia sclerotiorum recebe também o nome popular de “mofo-branco”. Ele causa manchas claras na parte externa da planta, principalmente nas folhas.
Corynespora cassiicola (mancha-alvo)
“Mancha-alvo” é o termo pelo qual o fungo Corynespora cassiicola é mais conhecido. Trata-se de praga que ataca a planta, dessa vez, levando ao aparecimento de manchas circulares, similares a “alvos”, o que explica o seu nome. Ele aparece em altas temperaturas e umidade.
Cryptolestes ferrugineus
O Cryptolestes ferrugineus é uma praga que incomoda não apenas por sua aparição, mas porque costuma ser o indicativo de que existem outras ameaças atacando o cultivo da soja. Ele se trata de uma praga secundária, o que significa que não ataca a planta, mas seu produto final.
Macrophomina phaseolina (podridão de carvão da raiz)
Popular pelo nome de “podridão de carvão da raiz”, Macrophomina phaseolina é um tipo de fungo que existe no solo e é transmitido a partir da semente. Ao contrário de praticamente todas as outras citadas aqui ao mencionar quais são as principais pragas da soja, essa tem uma incidência maior em baixas temperaturas.
Phytophthora sojae (podridão radicular de fitoftora)
A Phytophthora sojae é uma praga que ataca a planta da soja e causa o seu apodrecimento em qualquer fase do crescimento, o que explica o nome de “podridão radicular de fitoftora”. Sua principal causa é o excesso de umidade do solo, algo comum nas regiões tropicais.
Oryzaephilus surinamensis
Trata-se de uma praga secundária na forma de um besouro. Ao contrário de outros insetos da lista, esse tem uma vida extremamente longa (450 dias), causando danos à soja ensacada.
Lasioderma serricorne (caruncho do fumo)
Também conhecido como “bicho-do-fumo”, o Lasioderma serricorne é um besouro comum em culturas de fumo, café e, claro, a soja. O inseto ataca a soja já ensacada, não a planta, sendo mais comum em regiões como São Paulo, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul.
Chamado de gorgulho por alguns produtores, o caruncho contamina os grãos da soja com seus ovos. Quando as larvas eclodem, elas se alimentam da produção armazenada.
Como consequência desta infestação, o produtor tem um prejuízo no peso total da sua produção. Além disso, a soja danificada tem risco maior de sofrer com fungos e outras pragas.
Como se livrar das pragas da soja?
Existem várias formas de controle que podem e devem ser seguidas pelos produtores, tudo de acordo com o tipo de praga detectada. O uso de técnicas associadas ao Manejo Integrado de Pragas (MIP) traz bons resultados, mas não precisa ser a única forma de proteção da lavoura.
Produtores devem ficar atentos às portarias e regulamentos criados pelos órgãos nacionais e regionais para seguir com o tratamento adequado. Além disso, ao detectar alguma ocorrência diferente, é válido informar as autoridades para saber quais medidas tomar.
Medidas como vazio sanitário, controle biológico e químico, junto com o MIP, vão proteger a sua produção e evitar prejuízos. Com tais cuidados, sua lavoura ficará livre de infestações e terá uma ótima produtividade.
Aliado a isso, recomenda-se tratar as sementes, rotacionar as culturas, controlar as pragas conforme o seu aparecimento e limpar corretamente as máquinas. Os chamados “inimigos naturais” das pragas devem ser preservados e os defensivos químicos devem ser reduzidos.
Sobre os predadores naturais, aranhas, formigas, coleópteros e hemípteros são aqueles que vão se alimentar das principais pragas da soja em diversas fases: ovos, larvas, lagartas pequenas e ninfas de percevejos.
Ao explicar quais são as principais pragas da soja, é sempre importante destacar as medidas de prevenção. Fumigação e o controle da umidade e da temperatura da soja, seja a planta ou o produto final, são cuidados que devem ser constantes.
É preciso que tudo seja devidamente higienizado, monitorado e que exista bom conhecimento sobre os problemas mais comuns em sua região.
Além de todas as estratégias acima para manter a lavoura protegida, o uso de cultivares resistentes, como os oferecidos pela Brasmax, pode complementar as ações de manejo, aumentar a proteção contra pragas e elevar a sua produtividade. Investimos em tecnologia para que você tenha sementes de alto rendimento!