Determinar a qualidade do grão é fundamental para proporcionar sua valorização no mercado e, para isso, é indicado realizar a classificação de soja. Desta forma, os sojicultores devem estar preparados para atender às novas demandas dos consumidores, incluindo a rastreabilidade do produto e a comprovação das práticas sustentáveis.
Em um setor agrícola cada vez mais competitivo e exigente, é essencial compreender a importância desse processo e os desafios associados a ele. Então, continue a leitura para saber mais detalhes sobre a classificação, quais são os critérios e os impactos na comercialização!
O que é a classificação de soja?
A classificação de soja é uma etapa importante do processo produtivo e comercial da cultura. Nela, os grãos são categorizados com base em uma série de critérios, como teor de umidade, pureza e qualidade. Esse processo permite padronizar a comercialização e atender aos requisitos das indústrias e dos compradores.
O processo ocorre tanto na fase pós-colheita quanto durante as etapas de armazenamento e transporte da soja. Além disso, há um laudo que registra as informações sobre a qualidade da safra, sendo importante para as negociações comerciais e para assegurar a transparência na cadeia produtiva.
Para que serve a classificação de soja?
A classificação da soja pode influenciar diretamente no preço e na destinação da produção, pois diferentes qualificações podem ser adequadas para distintos tipos de consumo, como para produção de óleo, ração animal ou consumo humano. Os parâmetros são determinados pela Instrução Normativa (IN) 11/2007, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A partir das características, analisa-se a presença de grãos esverdeados, avariados, quebrados e amassados, por exemplo. Esses critérios são importantes para sustentar a integridade do produto e sua adequação aos requisitos da indústria.
A classificação de soja também contribui para o controle de qualidade, permitindo a separação eficiente dos grãos com diferentes características.
Critérios de qualidade
Na classificação de soja, existem vários padrões de qualidade que são considerados. Entenda cada um deles a partir de agora!
Umidade
O teor de umidade da soja influencia diretamente na conservação e no armazenamento dos grãos. O excesso pode levar ao crescimento de fungos e à deterioração dos grãos, além de dificultar o processo de secagem.
Portanto, é recomendado que a taxa seja de, no máximo, 14%, como prevê a legislação, proporcionando a longevidade dos grãos durante o armazenamento.
A umidade dos grãos de soja deve ser de até 14%.
Impurezas e matérias estranhas
A presença de impurezas e matérias estranhas, como pedaços de palha, partículas de solo, pedras e outros resíduos, afeta a qualidade da soja. Essas sujeiras podem interferir no processamento industrial e comprometer a eficiência e a limpeza dos produtos finais, como o óleo e o farelo de soja.
Portanto, é importante que os grãos de soja estejam livres de impurezas. A quantidade máxima permitida é de 1%.
Avariados totais
Os grãos avariados são aqueles que apresentam algum tipo de dano. Eles afetam a qualidade da soja, podendo impactar negativamente a aparência e as características físicas do produto final. O máximo permitido no volume total é de 8%.
Esverdeados
Os grãos esverdeados são aqueles que não atingiram a maturidade plena. Eles têm cor verde característica e possuem menor valor comercial, devido ao seu teor reduzido de óleo e proteína.
Além disso, apresentam características indesejáveis, como maior suscetibilidade ao mofo e menor capacidade de germinação. A quantidade máxima também é de 8%.
Quebrados e amassados
Os grãos quebrados e amassados são considerados de menor qualidade, pois podem indicar problemas no processamento ou manuseio dos grãos. O máximo permitido é de 30%.
Tipos de grãos
Para separar corretamente os grãos, é fundamental entender as características da soja. Existem quatro formas de divisão: grupos, classes, tipos e defeitos. Vamos explorar detalhes das subdivisões na sequência!
Grupos
O grupo I é o da soja que vai ser consumida in natura, sem processamentos, transformações, nem embalagens.
Já o grupo II é o destinado para grãos que vão ser esmagados para produção de óleo, farelo ou ração animal.
Classes
As classes são subdivisões da soja do grupo II e se diferenciam pela coloração:
- Amarela: é aquela em que a casca está amarelada ou esverdeada. O interior apresenta o tom amarelo, amarelo-claro ou branco.
- Misturada: classe dos grãos que não são amarelos, incluindo todas as outras cores. Se a amostra tiver 10% da casca escura, classifica-se como misturada.
Tipos
De acordo com a normativa do Mapa, os grãos do grupo I são divididos em dois tipos (1 e 2); e os do grupo II possuem um tipo (padrão básico). Essa classificação leva em consideração os limites máximos de tolerância para os defeitos.
Veja as tabela explicativa da IN para o grupo I:
Tabela de tipos do grupo I dos grãos de soja. Imagem: Reprodução/IN 11/2007 do Mapa.
Confira a do grupo II:
Tabela de classificação de soja do tipo do grupo II. Imagem: Reprodução/IN 11/2007 do Mapa.
Defeitos dos grãos
Entender mais sobre os defeitos é essencial para saber diferenciar os grãos durante a classificação de acordo com a avaria. Entre as anomalias estão os queimados, os ardidos, os mofados, os fermentados, os danificados, os imaturos e chochos, os amassados, os quebrados e os esverdeados. Confira as especificações!
Grãos queimados
Inteiros ou pedaços queimados carbonizados.
Grãos ardidos
Apresentam fermentação visível, com coloração marrom afetando a polpa. Também são ardidos aqueles queimados durante a secagem.
Grãos mofados
Caracterizam-se pela presença de mofo ou bolor a olho nu.
Grãos fermentados
Grãos ou pedaços que tiveram a cor alterada por conta do processo de fermentação. A tonalidade é mais clara do que os ardidos.
Grãos germinados
Aqueles que apresentam a emissão da radícula.
Grãos danificados
Estão inclusos nesta categoria os grãos ou pedaços com mancha na polpa, alterados, deformados, perfurados ou que foram atacados por doenças ou insetos.
Grãos imaturos e chochos
Geralmente, são grãos atrofiados, enrugados e com formato irregular por não terem se desenvolvido completamente.
Grãos amassados
Esmagados por conta de danos mecânicos.
Grãos partidos e quebrados
Pedaços de grãos retidos na peneira de crivos circuladores de 3 mm de diâmetro.
Grãos esverdeados
Soja ainda em desenvolvimento fisiológico completo, mas que apresenta tonalidade esverdeada.
Classificação de soja: passo a passo
Existem algumas etapas que podem ser seguidas para fazer a classificação da soja. O primeiro, após a colheita, é a calagem, ou seja, a retirada de amostras do caminhão. A quantidade depende do peso do meio de transporte, de acordo com a IN do Mapa. Assim, o número mínimo é de:
- 5, quando tiver até 15 toneladas.
- 8, em caminhões de 15 até 30 toneladas.
- 11, para mais de 30 toneladas.
Depois, passa-se para o armazenamento, em que os grãos devem ser encaminhados para uma estrutura adequada, como silo ou armazém. Lá, é feito o quarteamento, que consiste em dividir a amostra em partes iguais para análises mais precisas. A próxima etapa é a remoção de impurezas utilizando uma peneira.
O processo seguinte é a determinação da umidade, que deve ser menor que 14% para evitar problemas de armazenamento. Depois, é feita a classificação de soja avariada, separando dos saudáveis, além do isolamento dos esverdeados, que indicam maior quantidade de vapor ou problemas de qualidade. Uma nova divisão é feita retirando os grãos amassados e partidos.
A classificação de grãos possui vários passos para indicar a qualidade da soja.
Impacto na comercialização
A classificação da soja possui impacto significativo na comercialização, já que padroniza o produto, afetando diretamente o valor de mercado e a negociação com os compradores. Os critérios de qualidade influenciam a qualidade dos grãos e podem determinar o preço que o produtor receberá pela soja.
Além disso, a classificação facilita o comércio internacional, pois os clientes têm a certificação da qualidade do produto com base em padrões de classificação estabelecidos. Isso fortalece a confiança entre os agentes comerciais e facilita as transações, beneficiando tanto os produtores quanto os compradores.
A classificação de soja é um processo essencial para atestar a qualidade dos grãos e assegurar sua valorização no mercado. O sojicultor deve realizar os processos para qualificar a safra e saber qual vai ser sua destinação final mais adequada.
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