Um dos sistemas de cultivo mais complexos da agricultura é a sucessão soja-algodão. O modelo proporciona vários desafios aos produtores que buscam o máximo rendimento.
Neste artigo, vamos abordar alguns pontos que merecem atenção no seu planejamento e estão presentes na realidade dos agricultores.
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ToggleO produtor que trabalha com a cultura do algodão, em condição de segunda safra após o cultivo da soja, tem como um de seus principais desafios o “relógio”. É preciso correr contra o tempo, pois a janela de semeadura é muito curta pensando em obter bons resultados, tanto na soja como no algodão.
Por isso, é muito comum a utilização de cultivares de soja com ciclo precoce. Isso permite o escalonamento da semeadura, possibilitando trabalho com as duas culturas, além de manter elevado rendimento na soja.
A escolha de uma cultivar se tornou uma das principais decisões que o produtor deve tomar para o bom resultado. Uma vez que elas devem possuir ciclo oportuno e serem adaptadas à região.
No sistema de cultivo soja-algodão também é importante considerar questões sanitárias, pois algumas doenças são comuns para ambas culturas. O que pode variar de acordo com as regiões produtoras.
Em regiões com incidência de doenças como a mancha alvo (Corynespora cassiicola), deve-se optar por cultivares com boa sanidade. O objetivo é diminuir a quantidade de inóculo entre ciclos de cultivo, além de materiais com boa arquitetura.
Isso possibilita que a lavoura tenha um melhor gerenciamento na quantidade e frequência de aplicação de produtos químicos. Assim como menores perdas de rendimento por doenças e ainda colabora com o meio ambiente.
A) Lesão ocasionada por mancha alvo na folha do algodão (foto: Lucas Brugnera). B) lesões de mancha alvo em folha de soja (foto: Diogo Ferrari).
Outro desafio é realização do manejo efetivo, levando em consideração que, geralmente, através do controle químico, pode acontecer uma destruição. Devido à época da realização, muitas vezes, há condições desfavoráveis para a aplicação de um herbicida.
Estas condições desfavoráveis se dão pelo fato do Cerrado, principal bioma produtor de algodão, estar passando por período de seca. No local, as plantas de algodão após a colheita apresentam um índice muito baixo de área foliar.
A base da maioria dos herbicidas utilizados para dessecação da soqueira do algodão está ligada ao 2,4-D. Como a grande quantidade de algodão cultivado com resistência ao glifosato, frisamos que é importante se atentar ao período de carência residual que o 2,4-D deixa no solo. Quando não respeitado corretamente, as sementes de soja não tolerantes ao herbicida podem ser prejudicadas.
Desenvolvimento inicial da cultura da soja em meio a soqueira de algodão roçada (foto: Diogo Ferrari).
A quantidade de moléculas disponíveis no mercado para controle da soja em meio ao algodão é limitada. Principalmente, quando pensando na questão do manejo de plantas tigueras,
Além disso, há cultivares que são tolerantes a sulfonilureias (STSTM), sendo assim produtos de trifloxissulfurom-sódico e piritiobaque-sódico. Eles são frequentemente usados no manejo da soja e apresentam baixa eficiência para manejá-las.
Quando trabalhamos com materiais STSTM, é recomendado posicionar, em sequência, cultivares de algodão que permitam utilização de glufosinato de amônio. Isso propicia o manejo de forma eficiente, exceto em casos de cultivares que também trazem a biotecnologia Enlist®. Visto que esta possui tolerância ao 2,4-D, glifosato e glufosinato de amônio.
Atualmente, as empresas que trabalham com melhoramento genético fornecem e desenvolvem cultivares que tenham adaptação às distintas necessidades dos agricultores. A prioridade é o compromisso de estar lado a lado do agricultor em busca do máximo rendimento.
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Autor: Diogo Ferrari, supervisor de desenvolvimento de produtos – M4
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