Déficit hídrico é um termo utilizado para se referir àquelas situações em que o percentual de água disponível é inferior à quantidade necessária. Ele é similar ao “estresse hídrico” e pode afetar a produtividade da soja.
Neste texto, vamos explicar os principais efeitos do déficit hídrico na soja nas regiões do Brasil. De posse dessas informações, é possível adotar estratégias que possam reduzir os prejuízos em sua lavoura.
Segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), divulgados pelo Globo Rural, o estresse hídrico foi responsável pela perda de até R$ 148 bilhões nas safras de soja de 2022 do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Partindo desse contexto, uma pergunta principal surge: de que maneira o déficit hídrico causa prejuízos ao plantio de soja? Isto é, quais são os seus principais efeitos nos cultivos? Dentre os impactos, separamos os que merecem uma maior atenção por parte dos produtores.
Clique para ler direto
ToggleDe acordo com informações da Embrapa, o ciclo de vida da soja, da germinação à maturação, demanda entre 450 e 800 mm de água. Isso significa que números abaixo deste mínimo irão afetar a forma como a planta se desenvolverá e os processos que ela realiza durante esse período.
A fotossíntese, por exemplo, depende da hidratação e é prejudicada quando há estresse hídrico. A respiração da planta ocorre a partir da área foliar exposta (basicamente, a extensão das folhas), e a ausência ou redução da água faz com que os folíolos se “fechem”, reduzindo-a.
O resultado desse fechamento é uma respiração menos eficiente e plantas mais frágeis. É interessante notar que, embora esse seja um dos principais efeitos do déficit hídrico na soja e a afete em todas as etapas, o problema é mais prejudicial durante o período do enchimento dos grãos do que durante a sua floração.
A água representa cerca de 90% do peso total da planta de soja, o que reforça a importância do líquido para o tamanho e a qualidade do produto final. Quanto menor for a oferta no período de desenvolvimento, mais lento e reduzido será o ciclo de vida da lavoura, o que diminui o seu crescimento.
A aparência diminuta é consequência do encolhimento das células, o que também resulta em perda de turgidez (pressão interna positiva que torna a planta mais rígida). Além disso, a lavoura terá baixa estatura, folhas pequenas, entrenós curtos e, de forma geral, plantas menos desenvolvidas.
Após o processo inicial, dentre os principais efeitos do déficit hídrico na soja, também é perceptível a queda de folhas e o abortamento de flores e de legumes. O resultado final são plantas menos saudáveis e muitas muitas que morrem antes mesmo de chegarem ao fim do seu ciclo, o que traz prejuízos comerciais.
O “outro lado da moeda” do desenvolvimento prejudicado ou morte precoce é a maturação antecipada. Esse termo representa a chegada ao ápice do ciclo da planta antes do tempo, o que, como podemos imaginar, significa que não há tempo adequado para a floração saudável.
Entre os principais efeitos do déficit hídrico na soja estão aspectos como o aumento dos grãos verdes (aqueles que ainda não atingiram a maturação plena) e de vagens vazias ou “chochas”. Nesse último caso, há a presença das vagens no desenvolvimento da planta, mas o seu conteúdo é nulo.
Estudos da Embrapa afirmam que é necessária a absorção de no mínimo 50% do peso de uma semente de soja em água, o que mais uma vez esclarece sobre o impacto negativo do déficit hídrico. Há soluções, é claro, mas antes de tudo é indispensável compreender a causa.
É interessante mencionar que o déficit e o estresse hídrico não afetam o plantio da soja de uma maneira equivalente. Uma mesma quantidade de água (abaixo do recomendado) pode resultar em uma perda de “apenas” 25% ou de elevados 50%, de acordo com outros fatores.
Via de regra, ao avaliar os principais efeitos do déficit hídrico na soja deve-se levar em conta que temperaturas mais altas demandam mais água para o desenvolvimento da lavoura. No Mato Grosso, estado que mais produz a cultura no Brasil, o estresse hídrico está associado ao final do outono e começo do inverno; períodos menos prejudiciais para um déficit hídrico.
Segundo a avaliação de José Renato Bouças Farias, pesquisador paranaense da Embrapa com foco na soja, a planta é até capaz de suportar temperaturas mais altas, mas o déficit hídrico causa danos que muitas vezes são irreversíveis e resultam em perdas completas.
Até aqui, falamos extensamente sobre os principais efeitos do déficit hídrico na soja, mas e quanto ao excesso de água? Há prejuízos em irrigar demais as plantações? A resposta é sim, o que ajuda a explicar o fato de que 95% da produção brasileira é cultivada em regime sequeiro, sem irrigação.
O dado anterior vem da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (a FAEMG) e detalha alguns dentre os prejuízos causados pelo “excesso” hídrico. Por exemplo, a germinação prematura dos grãos, ainda dentro da vagem, a abertura das vagens (o que facilita a proliferação de pragas) e até mesmo problemas associados às máquinas que realizam colheita.
A partir de todos os problemas explorados acima, cabe aos produtores colocarem em prática técnicas de irrigação adequadas, de acordo com o quão severo é o déficit hídrico em sua região. O objetivo final, naturalmente, é reduzir perdas nas plantações e entregar produtos de maior qualidade.
A escolha das sementes de soja para plantio é uma etapa crucial para o sucesso da safra. Aqui na Brasmax, temos os melhores cultivares do Brasil. Veja a nossa produtividade!