o um estudo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), existem mais de 5 mil espécies de tripes no mundo. Destas, cerca de 530 já foram registradas no Brasil.
Esses pequenos insetos são classificados como pragas secundárias da soja. Estudos da Universidade Federal de Santa Maria apontaram que tripes podem causar uma perda que vai de 10% até 25% de toda a produção, quando os seus níveis não são controlados. Ou seja: há urgência em lidar com esse problema que afeta diversas culturas.
Ao buscar informações sobre como fazer controle de tripes na soja, é válido destacar que os tipos mais comuns nas plantações são a Caliothrips phaseoli, a Caliothrips braziliensis e a Frankliniella schultzei. Eles têm um ciclo de 15 dias do ovo até a fase adulta, o que significa que a proliferação nas lavouras é rápida.
Baseado nesse contexto, é importante aprender sobre o controle dessa praga. Para ter sucesso neste objetivo, é necessário identificar o tipo de tripe na sua plantação, fazer o monitoramento, adotar medidas práticas de plantio e controle químico.
Veja como fazer controle de tripes na soja
Os tripes representam ameaças ao produtor nas fases jovem e adulta, quando atacam as folhas, contaminando as plantas. Abaixo, separamos algumas dicas mais importantes para ajudá-lo a lidar da melhor forma com esse problema na plantação.
Programe a época da semeadura para os períodos mais úmidos
Esse é um tipo de praga de soja que se favorece de períodos de pouca precipitação e baixa umidade. Em outras palavras, períodos de pouca chuva. Isso significa que os plantios que ocorrem em épocas mais secas ou regiões pouco úmidas estão mais suscetíveis ao inseto.
Levando em conta que a colheita precisa de taxas de umidade entre 13% e 15% para reduzir os riscos de perdas (segundo as informações do Comunicado Técnico 271 da Embrapa), é preciso que exista uma correta programação da melhor época de semeadura se quiser saber como fazer controle de tripes na soja.
Recomenda-se que as “fases críticas” da produção da soja não coincidam com os períodos mais secos do ano na região do Brasil onde o plantio foi feito. No caso do Mato Grosso, maior produtor do país, uma semeadura entre outubro e abril reduzirá os danos causados pelos tripes.
Identifique corretamente os danos causados às plantações
A imediata identificação da praga como causadora de danos (diretos e indiretos) ocorre a partir das características visuais do problema, sendo um ponto crucial para saber como fazer controle de tripes na soja. O olhar atento do produtor ajuda neste momento.
Ao se alimentar daquela planta, o inseto irá contaminá-la com um vírus que mudará a sua coloração normal. As folhas mudam de aparência, em uma tonalidade esbranquiçada, a qual se torna mais escura e necrosada com o passar do tempo.
As razões para essa característica são a perda da água e o envelhecimento precoce. Há também a redução da área disponível para a fotossíntese, o que impede o bom crescimento da planta. Todos esses problemas são portas de entrada a outros patógenos comuns à soja.
A 5ª edição do Manual de Identificação de Doenças de Soja, da Embrapa, cita dezenas de exemplos de fungos e bactérias de caráter oportunista e que se beneficiam do aparecimento dos tripes. Dentre eles:
Monitore a aparição, o desenvolvimento e a infestação
De acordo com pesquisas da Estación Experimental Agropecuaria Oliveros, na Argentina, números entre 40 e 50 tripes por folha são considerados altos, e o produtor deve trabalhar para mantê-los abaixo de 25. Isso só é possível, claro, se ele souber como fazer controle de tripes na soja por meio do monitoramento de aparição e desenvolvimento.
Essa tarefa não é simples, já que parte do ciclo de vida do inseto ocorre no solo, mas a sua percepção se torna possível quando ele se manifesta nas plantas hospedeiras. Nesse sentido, o método de pano de batida é interessante para a contagem do número de indivíduos.
A técnica é bastante simples: basta que “agite” uma amostra da planta em um pano branco, a fim de que os insetos que estejam presentes nela caiam. A partir disso, é possível perceber se os números ainda estão controlados (menos de 25) ou se é necessário recorrer ao controle químico.
Realize o adequado controle químico, caso necessário
O uso de inseticidas e demais técnicas de controle químico para os tripes deve ser ponderado. Há duas principais alternativas: os produtos que agem diretamente nas plantas e os que se aplicam às sementes. Suas propriedades são distintas, mas ambas são eficazes como solução.
Os pesticidas aplicados às plantas devem atingir as partes inferiores das folhas, onde os tripes se localizam. Ao aprender como fazer controle de tripes na soja com controle químico, recomendam-se os produtos de “ação translaminar”, pois há maior probabilidade de ser absorvido pelas folhas e atingir a parte inferior, onde os insetos se localizam.
No caso das sementes, o Comunicado Técnico 134 da Embrapa cita o Imidacloprida como o mais eficiente dentre os produtos testados no combate aos tripes do tipo Frankliniella schultzei. Segundo a bula, a dose indicada às plantações de soja é de 250 mL para 100 kg de sementes.
Baseado em todos os dados explorados no decorrer desse texto sobre como fazer controle de tripes na soja, fica claro que é possível reduzir o seu impacto, seja com o controle químico ou com a readequação dos períodos de plantio e de semeadura.
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