A colheita é uma etapa que requer muita atenção devido à variedade e importância dos fatores que estão envolvidos nesta operação. Neste processo, todas as ações e técnicas de manejo para o máximo rendimento são voltadas para evitar ou reduzir perdas, garantindo, assim, qualidade dos grãos.
No Brasil, a estimativa de perdas na colheita é superior a 2 sacas/hectare. No entanto, sabemos que as perdas acima de 1 saca/hectare podem ser evitadas e, por isso, são consideradas desperdício.
Para garantir eficiência na operação de colheita, alguns fatores-chave devem ser considerados, como:
- ponto de colheita
- condições climáticas
- umidade dos grãos
- regulagem da colhedora
- controle de perdas
- qualidade dos grãos e impureza
Ponto de colheita
Iniciar a colheita na hora certa é fundamental para contribuir com rendimento operacional, qualidade dos grãos e minimização de perdas.
A colheita deve se iniciar quando as plantas atingem o estágio fenológico R8. Bem como no momento em que os grãos apresentam umidade entre 13% e 15%.
A dessecação das plantas pode ser utilizada como estratégia quando se pretende antecipar a colheita. O procedimento deve ocorrer quando as plantas estão no estágio fenológico reprodutivo 7.3, ou superior. Assim como se tem desuniformidade na maturação, retenção foliar e grande presença de plantas invasoras na área.
Condições climáticas
As condições climáticas indicam como será o rendimento da colheita e riscos de perdas, caso a etapa seja comprometida.
Acompanhar previsões climáticas em várias fontes, precisas e confiáveis, é importante para que se realize uma boa estratégia de colheita. Desta maneira, evita surpresas que podem comprometer a operação e a qualidade dos grãos.
Umidade dos grãos
Dentre os vários fatores envolvidos na operação de colheita de soja, a umidade de grãos é considerada uma das mais importantes e deve ser monitorada constantemente. Afinal, é ela que define algumas calibragens da colhedora, o início da colheita, os danos e as perdas nos grãos e a necessidade de processamento na secagem.
Nesse sentido, a medição da umidade pode ser realizada com medidores padrão ou portáteis, levados à campo. E recolhida para ser usada apenas uma pequena amostra de grãos representativa.
A umidade de grãos adequada à operação de colheita está entre 13 e 15%. Colheitas realizadas com umidade superior a 15% podem gerar danos por amassamento dos grãos, enquanto as inferiores a 13% podem ocasionar a quebra destes.
Em ambas as situações podem ocorrer danos latentes, internos nos grãos. Isso prejudica a qualidade do produto processado na indústria (farinha, óleo e proteína).
Porém, tais danos podem ser minimizados colhendo os grãos na umidade adequada, calibrando a máquina de acordo com as condições observadas e fazendo o acompanhamento constante desta variável.
Calibragem da colhedora
A calibragem da colhedora influenciará diretamente no rendimento operacional da colheita, em níveis de perda e na qualidade dos grãos.
A colhedora apresenta vários componentes que atuam em conjunto durante a operação de colheita. Eles devem estar bem calibrados e sincronizados.
Calibragem da colhedora influencia no rendimento da colheita
Basicamente, os componentes da colhedora são: corte e alimentação, trilha, separação, limpeza, transporte, armazenamento e descarga.
As perdas ocorrem principalmente na plataforma de corte, onde o atrito do molinete e da barra de corte com as plantas podem ocasionar a abertura das vagens antes do recolhimento, e no sistema de separação, que não consegue segregar os grãos do volume de palha.
80% das perdas ocorre na plataforma de corte. É por isso que deve ser feito ajuste e a manutenção, assim como o recolhimento.
Para maior eficiência do corte e alimentação, a velocidade deve estar no intervalo entre 4 e 6,5 km/h.
Controle de perdas
Monitorar as perdas de grãos durante a colheita é fundamental para que sejam realizados ajustes periódicos na calibração da colhedora, bem como para que se evite desperdícios.
O monitoramento pode ser realizado de forma manual, coletando grãos após a passagem da colhedora em área conhecida. Deve considerar toda faixa de colheita pesando a massa de grãos, assim mensurando as perdas.
A Embrapa desenvolveu e comercializa um kit com copo medidor e manual de orientação para amostras e mensuração de perdas.
As perdas aceitáveis durante a operação de colheita são de 1 saca/hectare, sendo níveis os superiores considerados desperdício que devem ser evitados.
Qualidade dos grãos e impurezas
Garantir a qualidade e pureza dos grãos é importante para evitar descontos na entrega e gastos desnecessários com transporte.
Grãos com bom padrão de mercado apresentam melhor aceitação na comercialização, geram produtos de qualidade superior no seu processamento e promovem melhor aceitação pelos compradores e consumidores.
Dessa forma, a melhor maneira de evitar desperdícios é adotar todas estas práticas de forma sistemática. Seguindo estas etapas, a minimização de danos é muito maior, evitando-se muitos dos problemas pós-colheita que o produtor pode vir a enfrentar.
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Autor: Michel Antonio Dotto, coordenador de Desenvolvimento Brasmax
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