Quer evitar conflitos e proteger o patrimônio da sua família? A sucessão é um processo delicado que exige planejamento e cuidado. Veja mais!
Segundo dados da Agência Brasil, a agricultura familiar corresponde a 23% das áreas de cultivo no país, com o agronegócio sendo o responsável pelos outros 77%. Apesar de definições distintas, as duas estruturas preservam um comportamento em comum, com negócios passando de pai para filho.
Para se preparar para o futuro, é necessário conhecer os desafios da sucessão familiar no agronegócio. Desta forma, todos podem buscar informações para superá-los.
A lógica aqui é muito similar àquela de outros grandes negócios fundados por um membro da família, com a direção sendo transferida entre gerações. Quando bem conduzida, a sucessão familiar contribui para a longevidade de um negócio em qualquer mercado.
Este tipo de transferência de poder de pai para filho é comum em outros setores. Só no Brasil, o IBGE identificou que 90% dos negócios têm um perfil familiar, o que naturalmente inclui o agronegócio. Apesar disso, seria ingênuo dizer que os problemas enfrentados são iguais.
Nesse texto, elaborado pela equipe da Brasmax Genética, vamos explorar não apenas quais são os principais itens que podem atrapalhar essa sucessão nos negócios familiares, mas quais as melhores maneiras de enfrentá-los. Aliado a isso, o foco será no agro brasileiro, considerando a realidade do nosso país.
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Principais desafios da sucessão familiar no agronegócio
Separamos alguns dos principais itens que devem ganhar destaque e um planejamento especial nesse tipo de negócio: resistências externas, dificuldade de adaptação às mudanças, falta de planejamento, conflitos familiares, desinteresse e desconhecimento. Abaixo, vamos explorar cada um!
1. Resistências de forças externas
Considerando o tamanho dos grandes produtores do agronegócio, é natural que uma parcela das empresas seja de pessoas que não fazem parte da família. A decisão final pode ser da matriarca ou patriarca, mas é preciso ter a aprovação de outros indivíduos.
Esse é o primeiro dos desafios da sucessão familiar no agronegócio, considerando que muitos investidores podem preferir deixar de lado a tradição em favor de experiência ou conhecimentos técnicos. A fim de mitigar esse problema, é ideal que o sucessor seja alguém bem preparado.
2. Dificuldade em se adaptar às mudanças culturais
Uma empresa familiar não é (ou ao menos não deve ser) sinônimo de valores estagnados. O que era uma filosofia fundadora pode se alterar com o tempo, levando em conta aspectos como avanços e conquistas sociais, tendências do mercado, novas tecnologias e muito mais.
Pode ser difícil para os mais velhos acatar essas mudanças, mas elas são benéficas! Uma empresa familiar do agronegócio que se mantém estagnada tem maiores chances de ser “deixada para trás”, sendo ultrapassada por concorrentes mais antenados com o que é novo.
3. Falta de planejamento à longo prazo
Esse não é um processo que acontece do dia para a noite, muito pelo contrário! Trata-se de uma estratégia a longo prazo, a qual tem início quando a liderança atual sequer tem planos de se aposentar. Quanto mais cedo esse planejamento tiver início, melhor será a forma como a empresa vai superar os desafios da sucessão familiar no agronegócio.
Em itens posteriores, vamos abordar alguns dos pontos importantes para a boa sucessão, mas o principal a ser mencionado aqui é o cuidado com a visão a longo prazo. A sucessão familiar não é um ato que impacta apenas o presente, mas um que afeta ainda mais o futuro.
4. Conflitos nas relações familiares e afetivas
É incorreto dizer que o trabalho com pessoas sem relações sanguíneas é livre de emoções, mas é certo que as coisas ficam mais intensas quando lidamos com famílias no espaço profissional. Os conflitos, nesses casos, se tornam ainda mais intensos e pedem a cabeça fria.
Para que a sucessão familiar seja bem-sucedida, é indispensável que os envolvidos no negócio estejam na mesma página. Discordâncias sempre existirão, mas elas devem ser resolvidas racionalmente, colocando a saúde da organização em primeiro lugar.
5. Ausência de interesse por parte dos sucessores
Até aqui, trabalhamos com a suposição de que existe um sucessor a ser apontado. O que acontece, então, quando a pessoa em questão não tem interesse no negócio da família? Isto é: e se for alguém que não deseja trabalhar com a agricultura?
Conhecimentos técnicos podem ser aprendidos e aprimorados, e há até mesmo a chance de desenvolver gostos novos, mas nada disso pode ser forçado.
Para superar os desafios da sucessão familiar no agronegócio, quando existe mais de uma pessoa na família capacitada ao negócio, deve-se priorizar aquela que tem o interesse genuíno pela área.
6. Falta de conhecimentos em relação ao agronegócio
Esse item está relacionado com um citado brevemente no item anterior: a falta de expertise sobre o setor. Na verdade, ele pode, inclusive, ser a raiz dos desafios da sucessão familiar no agronegócio sobre a resistência externa. Um líder deve entender da área que atua, certo?
A fim de mitigar esses e outros problemas, é indispensável que um sucessor tenha não apenas conhecimentos empíricos sobre o agronegócio, mas também formações superiores na área. O privilégio de herdar a liderança deve ser aproveitado para especializar-se mais.
Para finalizar, vale a pena apontar que apenas 1% de todas as empresas familiares brasileiras chegam à quarta geração, segundo o IBGE, o que significa que cada nova sucessão terá desafios maiores. Isso, porém, não torna a ideia impossível, apenas pede cuidado redobrado.
Ao conhecer os desafios da sucessão familiar no agronegócio e antecipar este planejamento, você poderá implementar este processo de uma forma mais natural em sua estrutura. Reunimos aqui algumas ações que podem ser realizadas!
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